A missão de anunciar a alegria do Evangelho e a proximidade do reino de Deus é confiada a todos os discípulos. Hoje, como ontem, o Senhor conta connosco e dá-nos a garantia da sua própria autoridade para cumprirmos esta missão.
Ao enviar os discípulos em missão, Jesus Cristo reflete sobre as vicissitudes com as quais se vão deparar e a melhor atitude a adotar diante delas. Imersos na vida de Deus, somos estimulados a ativar a confiança.
Abraçar a fé é também abraçar o irmão! Esta semana, vamos praticar a hospitalidade com aqueles que não pensam como nós, com aqueles que perderam a esperança e o gosto pela vida.
A sedução pode ser um dos tópicos para configurar a experiência crente. Na verdade, as imagens afetivas podem ter um poder impactante. Têm-no em qualquer relação interpessoal, de modo que o mesmo há de acontecer na nossa relação com Deus.
Aos que «abraçastes a fé», nada vos pode deter: sois aqueles que Deus «abençoou… escolheu… predestinou... deu-nos a conhecer o mistério da sua vontade». Alertados para possíveis contrariedades, o mesmo acontece com os Apóstolos: «Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois».
Queremos mesmo que o Espírito Santo venha às nossas vidas e mude o que é preciso em nós, no nosso grupo, na paróquia, na Igreja e no mundo? Será que estamos comodamente a fazer tudo de acordo com os nossos desejos, «como sempre se fez», mantendo posições e estatutos de poder, fazendo sempre o mínimo possível na expectativa de obter bons resultados?
O discípulo missionário é incentivado a imitar o Mestre: estar, curar, rezar, anunciar. Antes de ir a ‘outros lugares’, aos quais é urgente levar a alegria do Evangelho, importa dedicar tempo à oração. Como Jesus Cristo, sabe ‘retirar-se’ para rezar. O discipulado é também caminho de oração, caminho de coração!
O coração atribulado do crente não deixa de ser escutado pelo Senhor. Por isso, mesmo em apuros, possa sair dos nossos lábios um hino de adoração. O exemplo chega-nos de Jesus Cristo, nosso Mestre: também em dias de grande atividade, «retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar».
O propósito de vida, como a fé, não é uma decisão que parte de nós para Deus. A missão vem das ‘mãos’ de Deus para o meu coração. «Mais importante do que dizer o que eu penso de Deus é saber o que Deus pensa de mim», disse um dia Eduardo Lourenço. O que Deus pensa de mim é o meu propósito de vida!