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22 de Maio de 2021Ardor e contemplação
29 de Maio de 2021Queremos mesmo que o Espírito Santo venha às nossas vidas e mude o que é preciso em nós, no nosso grupo, na paróquia, na Igreja e no mundo? Será que estamos comodamente a fazer tudo de acordo com os nossos desejos, «como sempre se fez», mantendo posições e estatutos de poder, fazendo sempre o mínimo possível na expectativa de obter bons resultados?
ESPÍRITO SANTO
Pentecostes é um grito de esperança e de saudável inquietação. O Espírito Santo reparte os seus dons, também hoje, para o bem comum: da comunidade eclesial e da sociedade. Todos e cada um/a somos chamados a participar deste festival do Espírito Santo.
A presença ativa e fecunda do Espírito Santo converte a insegurança e o medo em paz, em alegria, em generosidade, em misericórdia e perdão, em ousadia na pregação, no recurso a uma linguagem que é compreendida por todos.
Queremos mesmo que o Espírito Santo venha às nossas vidas e mude o que é preciso em nós, no nosso grupo, na paróquia, na Igreja e no mundo? Será que estamos comodamente a fazer tudo de acordo com os nossos desejos, «como sempre se fez», mantendo posições e estatutos de poder, fazendo sempre o mínimo possível na expectativa de obter bons resultados?
Queremos colocar à luz do Espírito Santo os nossos verdadeiros sentimentos e opções pelo Evangelho? Queremos realmente ver a mudança da Igreja de paredes e de longas cerimónias, de formalismos, de poder e de influência, em Igreja de humildade, de sinodalidade, de serviço, de pobreza e de solidariedade?
A Igreja necessita sempre de renovação e de mudança, para não ficar presa aos costumes e tradições. Não a renovação da alienação espiritual, mas a verdadeira, a da mudança para o compromisso e o discipulado vivido no mundo.
A Igreja da doutrina, da segregação, da repressão, dos esquemas repetidos de controle, da lei e do comodismo, a Igreja de uma grande quantidade de fiéis tíbios e temerosos, não é compatível com a novidade do Pentecostes.
O Papa Francisco desafia os crismados/confirmados «a não ‘enjaular’ o Espírito Santo, a não opor resistência ao Vento que sopra [...], não sufocar o Fogo ardente da caridade, que leva a consumir a vida por Deus e pelos irmãos».
Celebrar para continuar iguais, não tem sentido. O Pentecostes inaugura a festa da diversidade, do colorido, da unidade na diferença, que nos anima a ser uma Igreja samaritana, que cuida da vida, que acolhe e acompanha, que continua a gerar e a dar à luz. O Pentecostes é a festa da missão e da alegria de viver no amor.