Começou a orar
4 de Fevereiro de 20214 pistas para uma missão possível
6 de Fevereiro de 2021QUINTO DOMINGO, ANO B
«Ai de mim se não anunciar o Evangelho!». Como seria bom que cada cristão, cada um de nós, fizesse a mesma declaração! Descobrir que o Evangelho é um tesouro de vida a partilhar, não por dever, mas por felicidade.
‘Começou a orar’
O evangelista, depois dos primeiros discípulos, continua a relatar a atividade do Mestre, a partir da sinagoga de Cafarnaum (cf. episódios anteriores).
O fragmento proposto para este Quinto Domingo (Ano B) começa com a cura da sogra de Pedro. O milagre só contém gestos: «Aproximou-se, tomou-a pela mão e levantou-a». Os milagres continuam «já depois do sol-posto».
O episódio reconfirma, em atos, o Evangelho, a Boa Nova da Salvação. As curas realizadas pelo Mestre são um sinal visível da obra salvadora, da proximidade de Deus.
Jesus Cristo passou fazendo o bem. Esta afirmação é uma parte do ‘primeiro anúncio’ (querigma) a ser proclamado ontem e hoje. Fê-lo Pedro (cf. Atos 10, 38), fê-lo Paulo (1Coríntios 9, 16: «Ai de mim se não anunciar o Evangelho!»), fizeram-no tantos outros, ao longo dos tempos. Há de ser também a nossa missão de discípulos missionários: «semear o primeiro anúncio na terra fértil que é o coração» (Cristo Vive, 210).
A mensagem do amor misericordioso do Pai, com a predileção pelos mais frágeis, conforta os nossos sofrimentos, dá-nos força para enfrentar o que nos é mais difícil: assumir, sem rodeios, a nossa condição vulnerável e mortal. Só assim estamos capacitados a abrir o coração ao ‘primeiro anúncio’ e a proclamar, em todos os lugares, a alegria do Evangelho.
A vida apoia-se numa profunda relação com Deus. O exemplo chega-nos de Jesus Cristo, nosso Mestre: também em dias de grande atividade, «retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar».
A oração é a fonte que permite ao Mestre anunciar o Evangelho em gestos e palavras: em gestos, faz o bem, cura e liberta pelos múltiplos milagres descritos em abundância e detalhe no evangelho segundo Marcos, bem como a doação da vida na cruz; em palavras, diz o que é preciso para ser seu discípulo, apela à conversão e denuncia a hipocrisia, conta a todos o amor de Deus.
A oração é a fonte que permite ao discípulo crescer «numa união cada vez mais forte. […] Proporciona-nos momentos de preciosa intimidade e afeto, onde Jesus derrama a sua própria vida em nós» (Cristo Vive, 155).
(C)oração
«Começou a orar». O discípulo missionário é incentivado a imitar o Mestre: estar, curar, rezar, anunciar. Antes de ir a ‘outros lugares’, aos quais é urgente levar a alegria do Evangelho, importa dedicar tempo à oração. Como Jesus Cristo, o discípulo sabe ‘retirar-se’ para rezar.
A oração, aquela que vai além da repetição de fórmulas, configura o coração do discípulo ao coração do Mestre. Ser discípulo não é, de vez em quando, vir à igreja. Ser discípulo é ter uma relação permanente com Jesus Cristo. É comprometer-se a viver com o Mestre e como o Mestre, no mesmo ambiente, a respirar o mesmo ar, a palpitar o mesmo coração.
O discipulado é também caminho de oração, caminho de coração!