
Deus não faz aceção de pessoas
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Tirar o pecado do mundo
11 de Janeiro de 2020BATISMO DO SENHOR, ANO A
A Festa do Batismo de Jesus encerra o ciclo natalício e inicia a primeira semana do Tempo Comum, marca a passagem para uma sequência de domingos até ao tempo quaresmal. O presépio de Belém dá lugar às margens do rio Jordão.
Um gesto inédito
A missão começa com um gesto inédito: entre o cheiro a fragilidade e pecado, solidário com as lágrimas daqueles que reconhecem estar mergulhados no mal, entre o gosto amargo das falhas que pontuam a existência e o arrependimento que agarra o coração e provoca a conversão, a renovação da vida. É aqui que Deus ‘entra’ para sustentar o caminho e oferecer a salvação.
Abre-se uma fenda que une os céus e a terra: desce o Espírito Santo para acompanhar o anúncio da boa nova aos pobres e a todos os desfavorecidos da sociedade; ouve-se uma voz vinda dos céus, a voz do Pai, para proclamar que «este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência».
Deus não faz aceção de pessoas
Os judeus, com os seus pecadores, já tinham sido convocados. A Santíssima Trindade está convocada. Agora, são também convocados os pagãos, isto é, todos os povos.
«Deus não faz aceção de pessoas», reconhece Pedro na casa do centurião Cornélio, o primeiro pagão a receber o batismo cristão. Está confirmado aquele gesto inédito: é um lar de um pagão, por estatuto, alguém considerado afastado de Deus; é um centurião romano, um homem de armas e de guerra, de violência e represálias.
É, neste contexto, que Pedro atesta o projeto divino de acolhimento e salvação, do qual ninguém fica excluído. Toda e qualquer pessoa que abre o seu coração à graça divina torna-se ‘agradável’ a Deus. Agradável pode-se traduzir por acolhido ou bem-vindo à família dos filhos e filhas de Deus.
‘A arte de evitar pessoas’
Hoje, começamos uma nova aventura. Para muitos, a vida parece (sempre) a mesma rotina. É verdade que existem rotinas no nosso dia a dia: trabalho, escola, horários, tarefas. Há quem sinta o mesmo em relação ao ritmo litúrgico: os domingos seguem-se com a mesma sequência de sempre.
Nós, os batizados no Espírito Santo, percebemos algo novo em cada etapa da vida. Mais ainda quando se trata da fé, da nossa relação com Deus. Algo inédito vem dos Céus. É preciso um coração disponível para acolher essa novidade.
Uma das belas consequências do batismo é aprender a olhar os outros como irmãos, acolher a todos com a mesma dignidade. Quem acredita em Deus, no Deus de Jesus Cristo, lembra-nos Pedro, não faz aceção de pessoas.
Hoje, iniciamos uma nova série sobre ‘a arte de evitar pessoas’. Cada episódio dominical aponta uma maneira eficaz de ‘evitar’ as pessoas, em especial as que são mais incómodas e inoportunas. É uma ‘arte’ que vamos confrontar com o estilo de Jesus Cristo.
Não fiques a olhar para o lado ou a assobiar para o alto! O desafio é para ti. A missão é para todos nós. É chegada a hora de te levantares e continuares o que Jesus Cristo iniciou, naquele dia, nas margens do rio Jordão. Deus precisa de ti. A Igreja não vai em frente sem ti. Estás convocado!