Glorifica o Senhor
12 de Agosto de 2021Assunção de Maria, Solenidade
14 de Agosto de 2021ASSUNÇÃO DE MARIA, SOLENIDADE
Alegria e esperança preenchem este domingo, feliz coincidência com a Solenidade da Assunção de Maria. Hoje, «apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol» confirma a vitória do nosso Deus.
‘Glorifica o Senhor’
A primeira a tomar o Filho nos braços é a primeira a receber o abraço do Filho na sua gloriosa assunção. Cumprem-se as palavras do ‘Magnificat’: é exaltada como a primeira cidadã dos Céus.
Maria foi capaz de acolher com liberdade e sem reservas a vontade divina. Esta total disponibilidade fez dela bem-aventurada. Não é triunfalismo; é exaltação da humildade e da obediência filial de Maria.
A Assunção remete para o futuro de cada um de nós e da criação inteira: gozaremos com Jesus Cristo dos novos céus e da nova terra. Este dia lembra-nos que Maria é a primeira a alcançar a meta definitiva e plena: o encontro salvífico com a Santíssima Trindade.
Os cristãos vislumbramos um horizonte de esperança que nos abre à possibilidade de acreditar que estamos destinados a participar na vida divina, em plenitude. Esta nossa confiança não é ilusória, tem já uma confirmação, pelo facto de possuirmos como que centelhas ou sementes de eternidade. Deus já habita em nós; nós havemos de habitar em Deus. A vida eterna não começa com a morte. A vida eterna é processo iniciado no batismo, o sacramento que assinala o nosso nascer de novo para a vida e para a fé.
Entretanto, é-nos dada, através de Jesus Cristo, Pão da Vida, a possibilidade de nos alimentarmos da graça divina. A eucaristia permite-nos aceder a tão excelso dom, permite-nos alimentar tão valiosa promessa, com as atitudes de alegria e de esperança, de louvor de ação de graças. Na eucaristia, somos famintos a quem Deus enche de bens!
Ao celebrar a Assunção, dentro da ‘série’ sobre o Pão da Vida, entramos na escola de Maria, que nos ensina a ser ‘eucarísticos’, homens e mulheres fortalecidos pelo Corpo e Sangue de Jesus Cristo, empenhados em pôr em prática, na relação com os outros, a adoração e o louvor a Deus.
Como Maria, alegremo-nos com os ‘pequeninos’, porque a grandeza procede da humildade. Como Maria, reconheçamos as maravilhas que Deus realiza em nós. Como Maria, no dia a dia da nossa existência cantemos: todo o meu ser «glorifica o Senhor».
A escola de Maria
A eucaristia é alegria e esperança, louvor e ação de graças, promessa de vida eterna. Hoje, tomemos o exemplo de Maria, mulher ‘eucarística’ na totalidade da sua vida, como a proclamou o Papa João Paulo II.
Viver a eucaristia significa «assumir o compromisso de nos conformarmos com Cristo, entrando na escola da Mãe e aceitando a sua companhia [...]. Maria canta aquele ‘novo céu’ e aquela ‘nova terra’, cuja antecipação e em certa medida a ‘síntese’ programática se encontram na Eucaristia. Se o Magnificat exprime a espiritualidade de Maria, nada melhor do que esta espiritualidade nos pode ajudar a viver o mistério eucarístico. Recebemos o dom da Eucaristia, para que a nossa vida, à semelhança da de Maria, seja toda ela um magnificat!».