
Viagem para toda a vida
5 de Junho de 2021
Pós-pandemia e pós-digital
12 de Junho de 2021A ternura, na perspetiva do Papa Francisco, é a companhia adequada para a nossa fragilidade. Precisamos de «aprender a aceitar, com profunda ternura, a nossa fraqueza [...] A ternura é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós» e na nossa relação com os outros.
SÃO JOSÉ
Jesus Cristo teve em José o pai humano que, juntamente com Maria, o ensinou a comer e a andar, trouxe-o ao colo, acompanhou-o nos primeiros passos e deu-lhe a conhecer a ternura, também como uma dádiva divina.
‘Pai na ternura’ é o segundo atributo descrito pelo Papa Francisco, na Carta Apostólica por ocasião do 150.º aniversário da declaração de São José como padroeiro universal da Igreja.
A ternura, na perspetiva do Papa Francisco, é a companhia adequada para a nossa fragilidade. Precisamos de «aprender a aceitar, com profunda ternura, a nossa fraqueza [...] A ternura é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós» e na nossa relação com os outros.
Ao permitir que todas as feridas, nossas e alheias, sejam envolvidas pelo poder cicatrizante da ternura começamos a ‘ver’ a graça divina.
«Muitas vezes pensamos que Deus conta apenas com a nossa parte boa e vitoriosa, quando, na verdade, a maior parte dos seus desígnios se cumpre através e apesar da nossa fraqueza».
Entre os exemplos que preenchem a História da Salvação, o Papa sugere o testemunho de Paulo, na Segunda Carta aos Coríntios (12, 7-9): «a força manifesta-se na fraqueza».
Há, portanto, uma diferença abismal entre o olhar do Maligno e o olhar do Espírito: o primeiro «faz-nos olhar para a nossa fragilidade com um juízo negativo, ao passo que o Espírito trá-la à luz com ternura».
José, em momentos de angústia, continua a ensinar-nos «que ter fé em Deus inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades, da nossa fraqueza».
No meio das tempestades da vida, com o exemplo de José, podemos vencer o medo, vencer a tentação de querer tudo controlar, para confiar «a Deus o timão da nossa barca».
Hoje, à nossa disposição temos a possibilidade de nos deixarmos ‘tocar’ pela ternura, através do Sacramento da Reconciliação, expressão visível da Misericórdia de Deus: «acolhe-nos, abraça-nos, ampara-nos, perdoa-nos».
O Pai misericordioso (cf. Lucas 15, 11-32) «vem ao nosso encontro, devolve-nos a dignidade, levanta-nos, ordena uma festa para nós».