Pai na ternura
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15 de Junho de 2021O próximo ano pastoral pode ser um ‘laboratório’ que ensaia a compatibilidade da presença física com a digital. Ousemos a ‘coragem criativa’ que articula o valor insubstituível das experiências físicas com as potencialidades únicas dos recursos digitais.
GESTOS
O próximo ano pastoral, em dinâmica sinodal e samaritana, na Arquidiocese de Braga, propõe que gestos sejam gerados como resultado da caridade, amor prático ao estilo do Bom Samaritano: «Onde há amor nascem gestos».
O avanço no plano de vacinação começa a demonstrar uma ansiada eficácia que remete os efeitos da Covid-19 para algo semelhante ao que já acontece com os surtos gripais.
David Nabarro, médico enviado especial para a pandemia na Organização Mundial da Saúde, evita falar em depois da pandemia: «Eu evito falar da vida depois da Covid. Penso que este vírus vai provavelmente viver com a raça humana no futuro próximo. [...] Penso que a humanidade deve aprender a viver com a Covid como uma presença constante».
Estamos a chegar ao tempo pós-pandemia que é também a era pós-digital, uma tendência anterior que entretanto foi amplamente acelerada com os obrigatórios confinamentos.
O ‘pós’ na pandemia e no digital não remete para o fim do vírus ou dos meios tecnológicos, mas para uma época de convivência, aquilo a que alguns designam de ‘novo normal’.
Ao nível laboral, por exemplo, desenvolvem-se modelos híbridos: alguns colaboradores trabalham a partir da empresa, enquanto outros o fazem a partir de casa (teletrabalho), alternando em determinados dias da semana.
Não voltaremos às condições que prevaleciam antes da pandemia, pelos finais de dois mil e dezanove. Em certo sentido, ainda bem! Lembremos o sonho missionário da renovação eclesial inadiável proposta pelo Papa Francisco.
O próximo ano pastoral pode ser um ‘laboratório’ que ensaia a compatibilidade da presença física com a digital: um encontro na sala paroquial pode ser acompanhado a partir de casa, pelos que, naquele horário e por várias razões, não se podem ausentar da habitação.
Ousemos a ‘coragem criativa’ que articula o valor insubstituível das experiências físicas com as potencialidades únicas dos recursos digitais.
Eis seguramente um gesto pastoral a ser gerado como fruto do nosso amor a este tempo que nos é dado viver, tempo esse, como todos, amado e abençoado por Deus.