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13 de Junho de 2025A catequese é tempo de criação, não de reprodução; não é uma aula onde se memorizam fórmulas, é um encontro vivo com Jesus Cristo que transforma progressivamente a nossa existência.
CATEQUESE
Ao dizermos «catequese para a Primeira Comunhão» ou «catequese para o Crisma», estamos a reduzir, inadvertidamente, toda a riqueza do itinerário catequético à preparação para um momento específico. É como se aprender a caminhar servisse apenas para chegar à primeira esquina. Talvez seja hora de abandonar expressões tão redutoras.
A nossa cultura contemporânea compartimenta tudo: fazemos um curso de inglês para obter um certificado, tiramos a carta de condução para poder guiar, frequentamos uma formação para conseguir ou manter um emprego. Esta lógica utilitarista infiltrou-se no modo como entendemos a catequese de iniciação cristã.
Quando os pais perguntam «Quanto tempo é preciso para fazer a Primeira Comunhão?», revelam uma compreensão limitada do que está realmente em causa. A pergunta correta seria: «Como posso ajudar o meu filho ou a minha filha a crescer e amadurecer na fé?».
O problema agrava-se quando esta mentalidade persiste entre os párocos e catequistas, refletida na linguagem redutora com que ainda falam da catequese paroquial.
Os sacramentos não são metas a alcançar, mas momentos de bênção e graça divina. A Primeira Comunhão não é o fim da catequese infantil, mas um marco importante no percurso. A Confirmação não é uma “festa de finalistas”, mas o momento em que o jovem ou adulto assume, com novo vigor, o compromisso batismal.
Precisamos urgentemente de uma mudança: de uma catequese focada nos sacramentos para uma catequese orientada para a vida; de uma formação temporária para um acompanhamento permanente; de um modelo escolar para um modelo experiencial e comunitário (catecumenal); de uma aposta nas crianças e adolescentes para uma proposta que envolva toda a família.
A catequese é tempo de criação, não de reprodução; não é uma aula onde se memorizam fórmulas, é um encontro vivo com Jesus Cristo que transforma progressivamente a nossa existência. Não se trata de preparar para os sacramentos, como quem se prepara para um exame, mas de fazer amadurecer a vida em toda a sua plenitude.