
Confiança
23 de Junho de 2023
Pequeninos
7 de Julho de 2023DÉCIMO TERCEIRO DOMINGO, ANO A
O discípulo é alguém que se deixa configurar pelo Mestre. A vida de Jesus Cristo torna-se, pouco a pouco, o seu modo de ser, num crescendo que chega até à cruz. Não há alternativa: a vida é dada ou guardada para si.
“Quem vos acolhe, a mim acolhe”
A última parte do «discurso missionário» apresenta curtas sentenças com uma tonalidade sapiencial. O amor é o termo de comparação de cada uma destas sentenças. O amor, cuja fonte é Deus, o amor que é Deus, é o ponto de partida e a meta.
O que nos faz dignos do Mestre é a nossa disponibilidade para entrar na lógica do amor. Não é o amor particular e direcionado para esta ou aquela pessoa, para um familiar ou amigo, mas amor desinteressado e disposto a ir até ao fim. Jesus Cristo ensina-nos que o amor pleno e eterno de Deus pode orientar os nossos afetos — também os afetos familiares — para a dádiva total, para fazer da vida um dom. Assim o fez o Mestre, assim o hão de fazer os seus discípulos missionários.
A vida como dom é o compromisso diário do cristão, não é uma opção ou um ato heróico, que pode ou não acontecer, por casualidade ou decisão espontânea. Entregar-se por amor é a nossa primeira missão quotidiana: estar atento ao outro, com uma atenção delicada a partir das pequenas coisas como dar um copo de água.
A hospitalidade assume a categoria de sacramento. Acolher o outro é acolher o próprio Deus: «Quem vos acolhe, a mim acolhe, e quem me acolhe, acolhe aquele que me enviou». O acolhimento torna visível a proximidade do reino dos céus. Faz-te próximo é o nosso imperativo de vida. Acredita que o teu acolhimento pode fazer germinar o amor no coração do outro. Onde há amor, aí habita Deus!
Imersos na vida de Deus
Imersos na vida de Deus, a temática desta ‘série’, procuramos aprofundar o conhecimento da essência de Deus, a fim de captarmos o essencial do ser cristão, ou seja, aquilo que faz de nós discípulos missionários de Jesus Cristo.
Aprendemos que pelo batismo nascemos para uma vida nova com repercussões para sempre. Começamos pela consciência de sermos filhas e filhos amados de Deus, para chegarmos à tarefa de tornar visível a misericórdia, na relação com os outros, sem interesses particulares.
Ser discípulo missionário coloca-nos perante uma decisão radical, mas que é feita de coisas simples: amar sem medida, a partir da medida mais pequena, das coisas banais do quotidiano. Não procuramos atos extraordinários, mas focamos a nossa atenção nas pequenas oportunidades de amar. O cristão não se deixa dominar pela inércia ou pela indiferença. Cada momento da vida pode ser um encontro com Deus.
Estar imersos na vida de Deus é viver empenhados na atenção profunda e contínua às intuições que o Espírito Santo suscita em nós. Estar imersos na vida de Deus é permitir que Deus seja o condutor da nossa vida. Estar imersos na vida de Deus é moldar a nossa vida à imagem do Mestre. Estar imersos na vida de Deus é libertar-se do desejo de possuir a própria vida, para ser capaz de cuidar dos outros e da salvação do mundo.