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Senhor, ajuda-me a olhar
5 de Julho de 2025SÃO PEDRO E SÃO PAULO, SOLENIDADE
Neste domingo, celebramos a festa dos apóstolos Pedro e Paulo. São uma referência para a Igreja. Recordamos a sua fé e a sua missão. Graças ao testemunho deles e de tantos ao longo dos séculos, a Boa Nova de Jesus Cristo chegou até nós.
“Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”
O prefácio deste dia ajuda-nos a perceber o essencial: Pedro e Paulo «trabalharam, cada um segundo a sua graça, para formar a única família de Cristo». Considerados as “colunas” da Igreja, ambos testemunham a riqueza da graça de Deus, que se serve de pessoas diferentes para realizar o seu projeto de salvação. «Pedro, que foi o primeiro a confessar a fé em Cristo, e Paulo, que a ilustrou com a sua doutrina». O exemplo deles desafia-nos a confessar a mesma fé e a assumir o compromisso de testemunhar Jesus Cristo aos homens e mulheres do nosso tempo.
O evangelho, outra versão do episódio do passado domingo, retoma as mesmas perguntas que Jesus fez aos discípulos e a resposta de Pedro, agora na versão segundo Mateus, com o acrescento de uma novidade declarada pelo Mestre: «Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus».
A Pedro é confiada uma tríplice função: ser porta-voz da fé das comunidades, aquele que decide quem e como pode ser admitido a elas, o que tem a tarefa de confirmar os irmãos na fé. Dos três aspetos, obviamente correlacionados, o fundamental é o primeiro: «sobre esta pedra edificarei a minha Igreja».
Creio na Igreja
Desde aquele dia em que Cristo a confiou a Pedro, a missão do bispo de Roma é custodiar e recordar a fé da Igreja. Para dizê-lo de forma simples: a fé da Igreja não é aquela que o Papa diz; antes, a fé que o Papa diz é a fé da Igreja.
A fórmula estabelecida no Concílio de Niceia (no ano de 325) não nomeia a Igreja, uma vez que termina com a referência ao Espírito Santo. O texto como o conhecemos hoje foi um acrescento do concílio seguinte realizado em Constantinopla (no ano de 381). De qualquer modo, este dia é oportuno para recordar também esta parte essencial da fé cristã: «Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica».
Sobre a Igreja fundada sobre o alicerce dos apóstolos, cuja “pedra” é o bispo de Roma, diz o documento Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador. 1700.º aniversário do Concílio Ecuménico de Niceia, 325-2025: «A Igreja é una para além de divisões visíveis, é santa para além dos pecados dos seus membros e dos erros cometidos pelas suas estruturas institucionais, é católica e apostólica para além das divisões identitárias ou culturais e das tribulações doutrinais e éticas que a agitam constantemente». Sublinha que é o Espírito Santo quem torna a Igreja una, santa, católica e apostólica, para fazer dela «sacramento universal de salvação». Peçamos hoje a força do Espírito Santo para sermos, também nós, fiéis à missão confiada à Igreja.