Os textos bíblicos não fazem referência ao nascimento da mãe de Jesus de Nazaré. Há memória, pelo menos desde o século VI, de uma celebração, a cada oito de setembro, para assinalar a Natividade de Maria.
Esta efeméride é «um convite à alegria, exatamente porque, com o nascimento de Maria Santíssima, Deus deu ao mundo quase a garantia concreta de a salvação estar já iminente: a humanidade [...] podia finalmente olhar, comovida e vacilante, para Maria» (São João Paulo II).
Hoje, como Maria, somos convidados à alegria pelas muitas maravilhas que Deus faz em cada um de nós. É, por isso, uma alegria associada à gratidão pela presença e ação divina, pelas grandes obras que fez e quer fazer através da humildade de cada um dos seus servos.
A alegria e a ação de graças, nestes tempos conturbados, podem-nos estimular a abrir o nosso coração à esperança, pois sabemos que Deus não abandona os seus filhos. Como diz Maria, Deus estende a sua misericórdia de geração em geração.
Há um futuro diante de nós, há muitas coisas que podemos fazer, quando aprendemos a ler os sinais dos tempos, segundo o olhar de Maria: os poderosos, os ricos, os pobres, os famintos, os humildes.
A esperança cristã é sempre realista, apoia-se nas situações concretas e nas nossas possibilidades. Por isso, para manter viva esta esperança, precisamos de ter plena consciência das nossas capacidades e saber organizar a vida com eficácia.
Maria ensina-nos também a viver o tempo presente com paixão e caridade. Depois do anúncio do mensageiro divino, que lhe trouxe um chamamento e uma alegria, Maria pôs-se a caminho, a toda a pressa (cf. Lucas 1, 39), para levar essa enorme alegria que transportava no seu seio: Jesus Cristo, o Senhor. A ‘serva do Senhor’ corre para se tornar serva dos humanos. Ela demonstra, junto de Isabel e Zacarias, que o amor a Deus se concretiza no amor a cada irmão e a cada irmã.
Cada um de nós, impulsionado pelo Espírito Santo, pode viver a própria missão com esperança, com paixão, com fé generosa, com ardente caridade, para que a alegria do Evangelho chegue a todos os lugares e a todas as pessoas. E nada nem ninguém fique privado da luz do Evangelho.