Espiritualidade ecológica
12 de Setembro de 2020Caminho de santidade
15 de Setembro de 2020LITURGIA FAMILIAR
A comunidade cristã toma como fonte inspiradora o comportamento divino: «Não está sempre a repreender, nem guarda ressentimento. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos castigou segundo as nossas culpas». É um salto de qualidade que supera a rigidez da justiça humana e a dureza inflexível da vingança para mergulhar na dinâmica do perdão.
[proposta elaborada a partir da ferramenta ‘Ter uma só mensagem’ e dos subsídios publicados pelo padre Amaro Gonçalo Lopes]
SAUDAÇÃO
GUIA: ‘Setenta vezes sete’ não é uma conta para definir o teto máximo do perdão. É uma operação, sem lógica, que se faz a partir do coração. O coração é a porta por onde entra e por onde sai o perdão. Entra pela porta do nosso coração o perdão de Deus em valores elevados ao infinito, que jamais poderíamos saldar. E às vezes não sai do coração o perdão para o irmão ou então é dado a custo e sob condição.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ámen.
PEDIMOS PERDÃO
> Pelas vezes em que somos mesquinhos e intolerantes, sem piedade nem compaixão: Senhor, misericórdia. [TODOS:] Senhor, misericórdia.
> Pelas vezes em que perdoamos apenas o que é desculpável, mas não nos atrevemos a perdoar o que parece imperdoável: Cristo, misericórdia. [TODOS:] Cristo, misericórdia.
> Pelas vezes em que preferimos o ódio e a vingança, em vez do perdão e da reconciliação: Senhor, misericórdia. [TODOS:] Senhor, misericórdia.
ACOLHEMOS A PALAVRA
[Ver/ouvir a primeira parte do vídeo/audio]Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus [capítulo 18, versículos 21 a 35]
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?». Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’. Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque mo pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’. E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».
[Ver/ouvir a segunda parte do vídeo/audio]
PARTILHAMOS A PALAVRA
Os cristãos identificam-se pela capacidade de perdoar e a comunidade dos discípulos presente em cada lugar (família ou paróquia) precisa de viver apoiada na dinâmica do perdão.
Ao contrário dos que pensam que perdoar é uma fraqueza, o evangelho ensina-nos que é demonstração de poder e de liberdade. A generosidade do perdão não anula as injustiças nem as ofensas à dignidade. Mas coloca um travão no ódio e na vingança. A prática do perdão aproxima-nos de Deus, a quem pertencemos. Só uma comunidade apoiada na dinâmica do perdão consegue estabelecer laços de acolhimento e de concórdia. O testemunho de uma família ou comunidade fraterna e reconciliada é sempre uma luz brilhante e atrativa (cf. EG 100).
APRESENTAMOS AS NOSSAS PRECES
Ao Senhor, nosso Deus, clemente e cheio de compaixão, confiemos as preces do seu povo. Digamos: Acolhe a nossa oração.
> Pela Igreja: para que seja instrumento da reconciliação dos humanos contigo e dos humanos entre si, nós te pedimos: [TODOS:] Acolhe a nossa oração.
> Pelos que governam: para que promovam o perdão da dívida financeira aos países mais pobres, como ato de justiça pela dívida ecológica contraída em relação aos mesmos, nós te pedimos: [TODOS:] Acolhe a nossa oração.
> Pelo bom êxito do novo ano laboral, escolar e pastoral: para que nos reconheçamos devedores em relação aos outros, cuidando dos irmãos, com ternura, amor e misericórdia, nós te pedimos: [TODOS:] Acolhe a nossa oração.
> Pela nossa família: para que correspondamos ao teu amor infinito, sendo sóbrios a gastar, simples a usar, generosos a partilhar, excessivos a perdoar, nós te pedimos: [TODOS:] Acolhe a nossa oração.
> [acrescenta a tua intenção], nós te pedimos: [TODOS:] Acolhe a nossa oração.
Rezemos como Jesus Cristo nos ensinou: [TODOS:] Pai nosso...
ASSUMIMOS UM COMPROMISSO
O que temos a dar ou a perdoar aos outros, comparado com o que Deus nos perdoa, não passa de um grão de areia. A prática do perdão requer treino. Começa por coisas pequenas que desenvolvam os ‘músculos’ da mente e do coração: um familiar que fez alguma coisa que te magoou ou um amigo que quebrou a tua confiança. Podes começar já hoje!
Bendigamos o Senhor! TODOS: Graças a Deus!
BÊNÇÃO DA FAMÍLIA E DA MESA
[PARA REZAR ANTES DA REFEIÇÃO EM FAMÍLIA]
Deus Criador, ajuda-nos a tomar consciência da nossa dívida de amor, por tantos dons gratuitamente recebidos. Abençoa esta mesa e esta família. Ensina-nos a ser sóbrios a gastar e simples a usar, generosos a partilhar, excessivos a perdoar. Faz de nós todos verdadeiros irmãos que habitam e embelezam a Casa Comum. Ámen.