Um bom modo de habitar os céus
15 de Agosto de 2020O rosto de Deus no quotidiano
18 de Agosto de 2020LITURGIA FAMILIAR
O amor de Deus, nem que seja em ‘migalhas’, a todos sacia com abundância. O dom divino procura apenas a sinceridade do coração.
[proposta elaborada a partir da ferramenta ‘Ter uma só mensagem’ e dos subsídios publicados pelo padre Amaro Gonçalo Lopes]
SAUDAÇÃO
GUIA: Somos convocados a acompanhar a fé de uma mulher, estrangeira, libanesa, pagã, em coincidência com a Semana Nacional das Migrações. Nesta mulher, o Senhor desafia-nos a acolher e a escutar o grito dos mais pobres, dos excluídos, dos estrangeiros, de modo que a família, a Igreja e o mundo sejam Casa Comum, casa de oração para todos os povos, para todos os filhos de Deus, também para os que andam dispersos.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. [TODOS:] Amen.
PEDIMOS PERDÃO
Confiemo-nos ao Senhor, que usa de misericórdia para com todos, dizendo: Senhor, tem compaixão de nós.
> Pela indiferença e pelo comodismo, diante dos gemidos de tantos irmãos que até nós chegam, à procura de vida e de paz: Senhor, tem compaixão de nós. [TODOS:] Senhor, tem compaixão de nós.
> Pelas violências e perseguições, cometidas falsamente em nome de Deus: Cristo, tem compaixão de nós. [TODOS:] Cristo, tem compaixão de nós.
> Pela incapacidade de diálogo e de perdão, entre povos, nações e religiões: Senhor, tem compaixão de nós. [TODOS:] Senhor, tem compaixão de nós.
ACOLHEMOS A PALAVRA
[Ver/ouvir a primeira parte do vídeo/audio]Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus [capítulo 15, versículos 21 a 28]
Naquele tempo, Jesus retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia. Então, uma mulher cananeia, vinda daqueles arredores, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim. Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio». Mas Jesus não lhe respondeu uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe: «Atende-a, porque ela vem a gritar atrás de nós». Jesus respondeu: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel». Mas a mulher veio prostrar-se diante d’Ele, dizendo: «Socorre-me, Senhor». Ele respondeu: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Mas ela insistiu: «É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos». Então Jesus respondeu-lhe: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como desejas». E, a partir daquele momento, a sua filha ficou curada.
[Ver/ouvir a segunda parte do vídeo/audio]
PARTILHAMOS A PALAVRA
A mulher grita sem parar. É a força da sua angústia. O grito, porém, dá lugar à súplica humilde e confiante: «Socorre-me, Senhor». A fé também se pode exprimir «como um grito que sai do coração» (Papa Francisco). Quando o clamor dá lugar à confiança, a cura pode acontecer, Deus começa a agir no teu coração e na tua vida.
Perante o sofrimento, nosso ou alheio, não queiramos sufocar o grito. Façamos dele uma súplica confiante. A fé, explicou o Papa Francisco, «é protesto contra uma condição penosa da qual não compreendemos o motivo; a não-fé é limitar-se a padecer uma situação à qual nos adaptamos. A fé é esperança de ser salvo; a não-fé é acostumar-nos com o mal que nos oprime e continuar assim».
Há pessoas que se ficam pelo grito. E bradam contra tudo e contra Deus. Como é que Deus pode permitir que isto aconteça? Que mal fiz eu a Deus para merecer tão grande castigo? O grito torna-se tão ensurdecedor que sufoca o próprio clamor. Isto é falta de fé!
A atitude da mulher parece mudar o comportamento de Jesus Cristo: começa por a desprezar para depois lhe enaltecer a fé: «É grande a tua fé». A história escreve-se com a nossa participação. A cura (salvação) que Deus oferece há de ser acompanhada pela colaboração humana.
APRESENTAMOS AS NOSSAS PRECES
Porque acreditamos na força da intercessão, confiamos ao Senhor as preces de todos os seus filhos, dizendo: Senhor, tem compaixão de nós.
> Pela Igreja, dispersa em missão por toda a terra: seja «casa de oração para todos», em que ninguém é estrangeiro nem hóspede, mas todos uma família, um só povo em Cristo, nós te pedimos: [TODOS:] Senhor, tem compaixão de nós.
> Pelos governantes: promovam a dignidade do génio feminino, ao serviço de um mundo mais belo, nós te pedimos: [TODOS:] Senhor, tem compaixão de nós.
> Pelas pessoas em viagem, em deslocação para fora ou dentro do seu país: a mobilidade favoreça a construção de um mundo novo, verdadeira Casa Comum, onde ninguém fica de fora, nós te pedimos: [TODOS:] Senhor, tem compaixão de nós.
> Pela nossa família: aprendamos de Jesus Cristo, forçado a fugir a sua terra, a conhecer e a escutar o estrangeiro para o compreender, a aproximarmo-nos para o servir, a colaborarmos e a partilharmos para crescermos juntos, nós te pedimos: [TODOS:] Senhor, tem compaixão de nós.
> [acrescenta a tua intenção], nós te pedimos: [TODOS:] Senhor, tem compaixão de nós.
Rezemos como Jesus Cristo nos ensinou: Pai nosso...
ASSUMIMOS UM COMPROMISSO
O Papa Francisco sugere-nos este compromisso: conhecer a história de cada pessoa para a compreender; aproximar-se do outro para o servir; escutar para se poder reconciliar, partilhar para crescermos juntos, envolver para promover, colaborar para construir a Casa Comum, sem invejas, discórdias e divisões, de modo que ninguém fique de fora.
Bendigamos o Senhor! TODOS: Graças a Deus!
BÊNÇÃO DA FAMÍLIA E DA MESA
[PARA REZAR ANTES DA REFEIÇÃO EM FAMÍLIA]
Senhor Jesus, foste forçado a fugir, com Maria e José, para encontrares um abrigo de paz. Tu queres fazer deste mundo a Casa Comum em que há pão para todas as pessoas. Abençoa esta nossa refeição. E impele a nossa família a contribuir para um mundo mais irmão. Ámen.