Quinto Domingo da Quaresma, Ano A
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31 de Março de 2020Jesus Cristo é capaz de se emocionar e de chorar perante a desgraça humana: mostra-nos o rosto humano do Deus da vida. E é capaz de transformar, como enviado do Pai, o mal em bem, o pecado em bondade, a morte em vida. A ação gratuita de Deus, tantas vezes revelada nas palavras e nos gestos de Jesus Cristo, espera uma resposta generosa: confiar.
CONFIAR
A ação gratuita de Deus, tantas vezes revelada nas palavras e nos gestos de Jesus Cristo, espera uma resposta generosa: confiar.
Jesus Cristo é capaz de se emocionar e de chorar perante a desgraça humana: mostra-nos o rosto humano do Deus da vida. E é capaz de transformar, como enviado do Pai, o mal em bem, o pecado em bondade, a morte em vida.
O evangelho segundo João relata um episódio (capítulo 11, versículos 1 a 45) em que está patente essa dádiva de amor e de vida, juntamente com a atitude confiante do ser humano.
A confiança é vivida de uma forma ativa: Marta sai ao encontro, tem um diálogo sincero e confiante com Jesus Cristo, comunica-o à sua irmã. Maria, a outra irmã, quando se inteira da presença, sai a correr e lança-se aos pés do Mestre, partilhando a sua dor e a sua confiança.
O cardeal José Tolentino Mendonça sugere uma oração, para estes tempos de pandemia, a partir desta atitude confiante:
Quando penso nas coisas que quotidianamente nos ensinas, Senhor, vem-me muitas vezes ao pensamento aquela tua palavra dirigida a Marta, num dos vossos encontros em Betânia. Tu disseste-lhe: «Uma só coisa é necessária».
Mesmo num contexto tão exigente como é este em que vivemos, onde sentimos que mil braços nos puxam para direções diferentes, onde mil vozes nos gritam urgências e todas elas reais, onde é fácil que a armadilha da angústia nos capture para uma agitação que, no fundo, só serve para ampliar a impotência e o medo, recordo o teu conselho a Marta: «Uma só coisa é necessária».
Ajuda-nos, Senhor, nesta hora abrupta, a ter a sabedoria de perguntar «qual é a coisa necessária» e concentrar aí a nossa inteligência, o nosso labor e o nosso coração.
Ajuda-nos a discernir, com a luz do Espírito Santo, aquela «única coisa» que, neste momento, melhor resume a indefetível responsabilidade que somos chamados a expressar diante de Ti e dos nossos irmãos.
E ajuda-nos, como Nossa Senhora, a confiar. A confiar, como ela o fez, não só nas metas consideradas possíveis, mas até naquilo que nós, nos momentos de maior desânimo, dúvida ou cansaço, formos tentados a declarar como impossível.