Reconcilia-te com o teu adversário
13 de Fevereiro de 2020Sonhar o amor
15 de Fevereiro de 2020SEXTO DOMINGO, ANO A
Os exemplos do evangelho deste Sexto Domingo (Ano A) exortam ao cumprimento radical dos ensinamentos divinos. Jesus Cristo pede aos discípulos que celebrem com o coração purificado e em comunhão, reconciliados uns com os outros. A fasquia é, de facto, exigente, tendo em conta as múltiplas divisões que existem entre nós (até dentro das comunidades paroquiais).
Uma boa escol(h)a
Os juramentos eram muito frequentes, naquela sociedade de cultura oral. O Mestre exorta a uma absoluta sinceridade e veracidade nas relações humanas. E denuncia a falsidade e a mentira.
Ser discípulos, mais do que cumprir um conjunto de mandamentos, consiste em seguir o caminho da vida e do amor. É-nos apresentado como uma escolha. Fazer uma boa escolha pode levar-nos mais longe do que pensamos!
A decisão é tua. Mas com a certeza de que, ao seguires por outro caminho, estás a desviar-te da identidade própria do cristão. O Evangelho está antes dos nossos critérios e sentimentos. O Evangelho é uma escola inspiradora dos nossos critérios e sentimentos. E nunca indica caminhos impossíveis.
‘Reconcilia-te com o teu adversário’
Primeiro, Jesus Cristo recorda o enunciado da antiga Lei. Depois, estimula a fazer caminho sem perder a orientação. Cita o Antigo Testamento, e acrescenta: «Eu, porém, digo-vos».
Entre outras, concretiza com ousadia: «reconcilia-te com o teu adversário». Trata-se de pôr em prática o que aprendemos como critério orientador de uma vida saudável. Para o cristão, uma vida saudável é a que se apoio no cumprimento do estilo de vida do Mestre. Neste caso, é preferir o belo e exigente caminho do perdão: «reconcilia-te com o teu adversário».
A reconciliação tem situações e rostos concretos. Dar o primeiro passo não é uma humilhação. É uma escolha poderosa. É um ato sagrado. Interrompe as tensões. Não evita a pessoa. Nem ignora o sucedido. É uma superação.
Acolher ou evitar
Acolher ou evitar é próprio da liberdade humana. Cada um decide o caminho a seguir. Para nós, não pode ser outro senão o de acolher o projeto divino e concretizá-lo no acolhimento mútuo. Esta ‘série’ tem-nos mostrado o quanto precisamos de deixar de ‘evitar pessoas’ para colocar o acolhimento no centro da nossa vida pessoal e comunitária.
Não temos direito a julgar. Acolher sem julgar é amor incondicional. Essa é a base desta ‘série’, como estamos a perceber em cada ‘episódio’ dominical. Com mais clareza o vemos, agora que nos aproximamos do final (no último domingo de fevereiro). Está tudo no Sermão da Montanha (Mateus, capítulos 5, 6 e7).
O que é que te ajuda ou te prejudica, na prática do acolhimento? Alguns podem referir o comportamento ou as ideias desta ou daquela pessoa. Outros podem dizer que o Evangelho é demasiado exigente. Outros há que se protegem de forma subtil, a ponto de nem se aperceberem a desorientação no caminho.
Abre o coração e a vida à força inspiradora do Evangelho, a Boa Nova de Jesus Cristo. É Boa. É Nova. É sabedoria de Deus. É dom do Espírito Santo. Acolhe-a. Vive-a com alegria.