Pós-pandemia e pós-digital
12 de Junho de 2021Ainda não tendes fé?
17 de Junho de 2021À boa maneira hebraica, repetir o pedido dos discípulos, ao acordar, a caminho do trabalho ou da praia, no banco do jardim, na fila de espera, no regresso a casa, ao deitar, em qualquer momento: «Senhor, ensina-me a rezar».
REZAR
Um dos desafios das paróquias, disse o agora cardeal José Tolentino Mendonça, é ensinar as pessoas a rezar. Sustentou que «rezar também se aprende», alertou para o risco de se dar «por garantido que toda a gente sabe rezar».
As declarações seguem a intuição do Papa Bento XVI, ao iniciar, a quatro de maio de dois mil e onze, a série de catequeses sobre a oração: «é preciso aprender a rezar, quase adquirindo esta arte sempre de novo».
A oração é uma arte sempre inacabada: «mesmo aqueles que estão muito avançados na vida espiritual sentem sempre a necessidade de se pôr na escola de Jesus para aprender a rezar».
Há a tentação de ir à procura de ‘receitas’ bem elaboradas, ‘remédios’ eficazes para quem, embora sinta a importância, tem dificuldade em rezar. Não vale a pena!
É certo que existem múltiplas propostas, formas diferenciadas, maneiras distintas, métodos diversificados. Rezar, porém, é tomar consciência da presença do Espírito de Deus que nos habita, a sua vida em nós. Por isso, é sempre uma experiência pessoal. Não se pode copiar!
Que tempo, de modo intencional e constante, dedicamos ao encontro com Deus? Nas nossas paróquias, como é que despertamos e alimentamos a vida espiritual de cada um dos paroquianos e da comunidade?
Uma tarefa que é necessário realizar pouco a pouco: oferecer oficinas de oração, rever e adaptar formas e fórmulas de oração, ajudar os cristãos a rezar em silêncio, proporcionar momentos de escuta serena dos textos bíblicos.
Existem momentos de oração comunitários, em que todos vivenciam o mesmo ritmo, as mesmas fórmulas, os mesmos textos, os mesmos gestos, o mesmo ambiente. Momentos que só se tornam oração autêntica, quando são expressão de uma vivência íntima e pessoal.
O primeiro passo é fixar um tempo realista para a oração, sendo mais fiel ao compromisso do que ao ter ou não ter vontade de rezar.
À boa maneira hebraica, repetir o pedido dos discípulos, ao acordar, a caminho do trabalho ou da praia, no banco do jardim, na fila de espera, no regresso a casa, ao deitar, em qualquer momento: «Senhor, ensina-me a rezar».