Um plano para ressuscitar

‘Um plano para ressuscitar’ consiste em discernir como fazer palpitar a «vida nova que o Senhor quer gerar neste momento concreto da história». O Espírito do Ressuscitado, capaz de «fazer novas todas as coisas», pode sempre renovar a nossa vida e a nossa comunidade. Deixa-te interpelar por tão nobre desafio: como posso pôr em marcha ‘um plano para ressuscitar’?

ALEGRIA

Em tempo de tribulação e de luto, o Papa Francisco deseja a todos a experiência do Ressuscitado, que sai ao nosso encontro e nos saúda: «Alegrai-vos» (cf. Mateus 28, 9). Eis a força que a todos nos pode mobilizar: alegria.

De novo, a alegria. Francisco não se cansa de associar a dinâmica da fé cristã à alegria. Apresenta-a, agora, como desafio em contexto de pandemia.

A alegria pode parecer «provocação» ou «mau gosto», perante as graves consequências causadas pelo novo coronavírus, com o peso excessivo da angústia e solidão, da falta de comida, do cansaço e exaustão, peso esse que parece ter a ‘última palavra’.

A atitude daquelas mulheres pode ser inspiradora: por amor, apesar das dúvidas e do sofrimento, da perplexidade e do medo, «foram capazes de se colocar em movimento e não se deixaram paralisar»; ensinam-nos a saber «estar e acompanhar», a levar a ‘unção’ da presença e do cuidado, de forma que a situação seja menos dolorosa.

Hoje, como ontem, não se trata da ‘unção’ para a morte, mas para a vida. Aliás, o que parece ser apenas uma dádiva para os outros, torna-se também um dom para o próprio. Quando a levamos aos outros, é já fruto da ‘unção’ que recebemos do Ressuscitado. Ele precede-nos no amor!

«Esta é a fonte da nossa alegria e esperança, que transforma o nosso agir [...]. Não estamos sozinhos, o Senhor precede-nos no caminho removendo as pedras que nos paralisam. [...] Esta é a nossa esperança, que não nos poderá ser roubada, silenciada ou contaminada». É a ‘unção’ que nos permite contemplar a realidade com renovado olhar.

‘Um plano para ressuscitar’ consiste em discernir como fazer palpitar a «vida nova que o Senhor quer gerar neste momento concreto da história».

É tempo de vencer a tentação dos resignados ou dos revoltados, para assumir a missão de ressuscitados: deixar-se conduzir pelo «sopro do Espírito que abre horizontes, desperta a criatividade e nos renova na fraternidade para dizer presente (ou seja, estou aqui), diante da enorme e imperativa tarefa que nos espera».

O Espírito do Ressuscitado, capaz de «fazer novas todas as coisas», pode sempre renovar a nossa vida e a nossa comunidade. Deixa-te interpelar por tão nobre desafio: como posso pôr em marcha ‘um plano para ressuscitar’?