Quinto Domingo da Páscoa, Ano A
9 de Maio de 2020Não vos deixarei órfãos
14 de Maio de 2020A Fátima, este ano, peregrinamos pelo coração. «Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe» (Papa Francisco). De Fátima, recebemos um abraço de esperança «que nos sustente sempre, até ao último respiro».
MARIA
Algumas festas cristãs surgiram como forma de ‘cristianizar’ um acontecimento ou celebração pagã (não cristã). Pode ter sido o caso do mês de maio, agora dedicado à virgem Maria.
As mitologias gregas e romanas sugerem que o significado de ‘maio’ esteja ligado à maternidade, às deusas da fertilidade e da primavera. É interessante perceber estas referências relacionadas com a tonalidade mariana destes dias.
Maria é ‘mestra de vida espiritual’, modelo de fé e alento da esperança. O II Concílio do Vaticano refere-a como «sinal de segura esperança e de consolação para o povo de Deus peregrinante».
A Maria, primeira discípula de seu Filho, se aplica a bem-aventurança: «Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (cf. Lucas 11, 27-28). Tudo o resto é secundário.
Jesus Cristo corrigia o elogio que uma mulher lançou do meio da multidão. Não se trata dos peitos que o amamentaram, nem do ventre que o gerou. O essencial está em acolher a Palavra do Pai (que quer gerar vida em nós, ser nosso alimento). Assim, todos temos a mesma oportunidade!
Para Maria, e para cada cristão, a fé é uma questão vital: confio ou não confio em Deus? Só deste modo se pode concretizar a bem-aventurança pascal: «felizes os que acreditam sem terem visto».
Hoje, precisamos de esperança. Todos, pois todos estamos sujeitos à pandemia do coronavírus: uns, infetados; outros, perturbados por não se terem despedido dos seus entes queridos; muitos mais por terem sido ‘obrigados’ a permanecer escondidos, isolados da família e da comunidade.
O que todos mais precisamos é mesmo de um abraço, um abraço carregado esperança. O vírus é malévolo e destruidor. A solidão e o afastamento forçados agravam a situação, ao excluir as habituais manifestações físicas de afeto.
A Fátima, este ano, peregrinamos pelo coração. «Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe» (Papa Francisco, 13 de maio de 2017). De Fátima, recebemos um abraço de esperança «que nos sustente sempre, até ao último respiro».
Um abraço virtual não é ‘perfeito’, mas pode ser o melhor sinal que podemos transmitir uns aos outros, em nome de Deus e de Maria.