Trinta e um dias com Maria

Exortados a entrar na ‘casa’ de Maria para partilhar o ‘óleo da fé e da alegria’, contemplamos a esperança que a ilumina. O rosário é também a ‘escola’ de Maria, que nos ensina a contemplar, em várias perspetivas, momentos da vida o Filho de Deus: recordar Cristo com Maria; aprender Cristo de Maria; configurar-se a Cristo com Maria; suplicar a Cristo com Maria; anunciar Cristo com Maria.

TERÇO

O mês de maio, na tradição popular, é ‘mês de Maria’, dias nos quais, em comunidade, priorizamos a oração mariana do terço.

O ‘terço’ assim se designa porque era uma terça parte do ‘rosário’: 150 Avé Marias dividias em grupos de dez, que constituíam os 15 mistérios. No entanto, aquando do Ano do Rosário (outubro de 2002), João Paulo II, para completar a síntese evangélica dos mistérios, acrescentou um novo grupo: os luminosos (que se juntaram aos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos).

O Papa Francisco, no dia 25 de abril, propôs a todos os católicos a redescoberta da beleza da oração do terço: «Neste mês, é tradição rezar o terço em casa, com a família; dimensão esta – a doméstica –, que as restrições da pandemia nos ‘forçaram’ a valorizar, inclusive do ponto de vista espiritual».

Dias depois, no final da reflexão das quartas-feiras (Audiência Geral), a 29 de abril, ao saudar os portugueses, referiu: «Que as vossas famílias se reúnam diariamente para a reza do terço sob o olhar da Virgem Mãe, para que nelas não se acabe jamais o óleo da fé e da alegria, que brota da vida dos seus membros em comunhão com Deus!».

Exortados a entrar na ‘casa’ de Maria para partilhar o ‘óleo da fé e da alegria’, contemplamos a esperança que a ilumina, para que a nossa casa, mesmo em tempos de incerteza, seja também envolvida por essa profunda esperança.

O rosário é também a ‘escola’ de Maria, que nos ensina a contemplar, em várias perspetivas, momentos da vida o Filho de Deus: recordar Cristo com Maria; aprender Cristo de Maria; configurar-se a Cristo com Maria; suplicar a Cristo com Maria; anunciar Cristo com Maria (cf. Carta Apostólica do Papa João Paulo II sobre o Rosário).

Juntos ou sozinhos, o segredo, diz o Papa Francisco, está em rezar com simplicidade.

Vivemos o tempo pascal, os cinquenta dias do Primeiro Domingo da Páscoa ao Pentecostes. Este ano, a plenitude pascal decorre ao terminar o ‘mês de Maria’, a 31 de maio. A experiência dos discípulos foi também de ‘confinamento’, de portas fechadas, naquela casa que tinha sido escolhida pelo Mestre para celebrar a ceia pascal.

Hoje, cada uma das nossas casas pode ser um novo ‘Cenáculo’, lugar de confinamento, oportunidade para o recolhimento e a oração.