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Todo-amoroso
21 de Outubro de 2023VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO, ANO A
O banquete é imagem da relação de Deus com os seres humanos. Todos somos convidados! Deus quer viver em festa connosco. Ele toma a iniciativa de convidar e espera a nossa resposta. Estamos prontos para participar na boda?
“A boda ficou cheia de convivas”
Os textos bíblicos recorrem à festa e ao banquete, às bodas e aos convivas, para nos aproximar da vida em Deus. É das situações mais belas da experiência humana. É a concretização da abundância: comida e bebida, amigos e conhecidos, emoções e sentimentos, memórias e vínculos de comunhão.
Deus quer a nossa alegria. Ele é o promotor da boda e os convidados somos nós. Jesus Cristo não só o disse com palavras e parábolas, como o mostrou ao sentar-se à mesa com maus e bons, viveu para tornar visível a universalidade do amor divino.
Ninguém é obrigado. Aqueles primeiros convidados recusaram o convite, preferiram manter os seus planos, ficaram agarrados às suas coisas, aos seus campos, aos seus negócios, permaneceram encerrados no comodismo egoísta, com o coração fechado ao amor de Deus. Quem não é feliz, não quer participar na festa!
Ninguém é excluído: «a boda ficou cheia de convivas». A eucaristia permite-nos provar desse banquete divino, a eucaristia é a celebração da alegria já presente e a promessa da alegria que nos há de atingir em pleno, no encontro definitivo com Deus, a alegria da salvação. Todos temos lugar no banquete (e no coração) de Deus.
Todos, todos, todos!
Um AMOR a descobrir. «Quem não descobre o amor — não encontra Deus./ Quem não encontra Deus — não vê o mistério do mundo./ Quem não vê o mistério do mundo — não vive a vida./ Quem não vive a vida — não descobre o amor./ E vice-versa:/ Quem não encontra Deus — não descobre o amor./ Quem não descobre o amor — não vê o mistério./ Quem não vê o mistério — não sabe viver a vida./ Quem não vive a vida — não encontra Deus» (Raimon Panikkar).
Ecoam as palavras enérgicas do Papa Francisco: «Há espaço para todos. Assim como somos. Todos. Jesus di-lo claramente. Quando manda os apóstolos chamar para o banquete daquele senhor que o preparara, diz: “Ide e trazei todos”, jovens e idosos, sãos, doentes, justos e pecadores. Todos, todos, todos! Há lugar para todos. “Padre, mas para mim que sou um desgraçado, que sou uma desgraçada, também há lugar?”. Há espaço para todos! […] Deus te ama, Deus te chama. Que belo é isto! Deus ama-me, Deus chama-me. Quer que eu esteja perto d’Ele. […]. Convido-vos a pensar nesta coisa maravilhosa: Deus ama-nos! Deus ama-nos como somos».
Deus chama-nos ao amor; de nós depende a resposta agradecida e comprometida. «O amor ama e deseja ser amado, o amor não pode senão amar e desejar ser amado, o amor não pode cessar de amar nem de desejar ser amado!» (Irmão Emmanuel, de Taizé). Não basta estar entre os convidados: é preciso levar a sério o convite e optar por participar da festa. Não basta entrar na sala do banquete: é preciso estar disposto a usar o traje nupcial. A veste é o amor vivido em cada dia, em todas as circunstâncias.