Amor com amor se paga
2 de Outubro de 2020Vigésimo Sétimo Domingo, Ano A
3 de Outubro de 2020O estudo e a leitura orante da Bíblia enriquece de sentido todas as manifestações religiosas, orientando-as «para o vértice da fé, ou seja, a plena adesão ao mistério de Cristo». Urge mostrar a todos a força espiritual dos textos bíblicos, de modo que «cada um se torne capaz de abrir o livro sagrado e colher os seus frutos inestimáveis de sabedoria, esperança e vida».
SAGRADA ESCRITURA
O Papa Francisco, no décimo sexto centenário da morte de São Jerónimo, a 30 de setembro, ofereceu-nos uma reflexão sobre o amor a Jesus Cristo, através do encontro assíduo com a Palavra de Deus escrita, a Sagrada Escritura.
Partir à procura da herança cristã é o desafio que o Papa a todos nos lança, em especial aos jovens, guiados pelo «desejo inquieto e apaixonado» de Jerónimo, que «continua a ser de grande atualidade para nós, cristãos do século XXI».
Francisco imagina um jovem a entra numa livraria ou página na internet em busca de conteúdos religiosos: o défice de grandes obras e o crescente analfabetismo cultural impede-o de discernir «como a sede de Deus tenha inflamado grandes mentes no decurso dos séculos até hoje».
Jerónimo constitui-se também como admirável exemplo atual, porque encarava o estudo bíblico como «laboratório indispensável para a compreensão da fé e para a vida espiritual».
O estudo e a leitura orante da Bíblia enriquece de sentido todas as manifestações religiosas, orientando-as «para o vértice da fé, ou seja, a plena adesão ao mistério de Cristo».
Convicto de que o contacto com todos os textos bíblicos favorece o conhecimento de Jesus Cristo, Jerónimo deixou-nos a expressão: «a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo».
O seu «afeto à Sagrada Escritura, um terno e vivo amor», resultou nesta ousadia: «o Evangelho é o Corpo de Cristo [...]. ‘Comer a minha carne e beber o meu sangue’, embora estas palavras se possam entender do Mistério [Eucarístico], todavia também a palavra da Escritura é verdadeiramente o corpo de Cristo e o seu sangue».
A pandemia do coronavírus trouxe outras rotinas, mostrou diferentes configurações laborais e escolares, alterou o ritmo das comunidades, continua a exigir especial cuidado higiénico e afastamento social. Com menos reuniões pastorais e encontros familiares, talvez seja o momento oportuno para dinamizar, a nível pessoal e familiar, a leitura assídua da Bíblia; e, a nível paroquial, um maior empenho na formação bíblica.
Urge mostrar a todos a força espiritual dos textos bíblicos, de modo que «cada um se torne capaz de abrir o livro sagrado e colher os seus frutos inestimáveis de sabedoria, esperança e vida».