Ter esperança
4 de Dezembro de 2019Despertar energias
7 de Dezembro de 2019SEGUNDO DOMINGO DE ADVENTO (IMACULADA), ANO A
O Segundo Domingo de Advento, este ano, coincide com a solenidade da Imaculada Conceição. A liturgia convida a festejar Maria que, pela graça divina, foi concebida sem pecado. Neste Advento, Maria ajuda-nos a perceber o que significa ter esperança: viver abertos aos planos de Deus.
Tenhamos esperança
A Carta aos Romanos afirma que a chave para compreender a vida se encontra na Bíblia, palavra de Deus: «Tudo o que foi escrito no passado foi escrito para nossa instrução, a fim de que, pela paciência e consolação que vêm das Escrituras, tenhamos esperança». Deixamos a paciência para o próximo domingo. Hoje, procuremos entender como ter esperança através da consolação que vem da palavra de Deus.
O cristão sabe qual é a meta, reconhece que ainda lhe falta lá chegar, está a caminho, deseja chegar à meta. Quem tem esperança diz: «Ainda não cheguei, mas hei de lá chegar». Ao contrário, o desesperado diz: «Nunca serei capaz de lá chegar». E o presunçoso diz: «Não há aonde chegar».
A Boa Nova de Jesus Cristo é para pessoas que esperam algo mais possível de alcançar. É assim que começa a renovação da vida pessoal e comunitária.
O exemplo de Maria
Na última semana, tomamos consciência do tempo em que estamos: O Natal está a chegar! Assumimos o Advento como uma maneira de estar na vida para ‘ver’ Deus presente no quotidiano.
Maria é ótimo exemplo para nós que desejamos ter esperança. Não teve vida tão fácil como às vezes somos levados a pensar. Teve de assumir a gravidez sem estar casada. Teve de o contar a José, de quem estava noiva, na esperança de ser acolhida e não condenada. Como já conhecemos o final da história, podemos ver a sua vida de outra maneira. Far-nos-ia bem refletir sobre alguns desses constrangimentos que surgiram na vida de Maria. Pensais que foi fácil para ela ‘ver’ Deus (sempre) presente na sua vida?
Não é óbvio e fácil ‘ver’ Deus do teu lado nas situações difíceis. Maria é exemplo para nós precisamente por isso: manteve a esperança, essa esperança que brota da consolação divina. O Concílio proclama que Maria «brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante» (LG 68). É essa consolação que dá esperança, que liberta das amarras da evidência, quando não percebemos com clareza a presença de Deus.
Deus é o protagonista
Estamos em Advento. Temos de olhar o futuro sem medo, confiantes na palavra de Deus. O protagonista é Deus. Por isso, a esperança tem de ser posta em Deus, não em ti ou nos outros. Ele conhece os sofrimentos e os desejos que habitam o teu coração. E também sabe que consolação precisas para fortalecer em ti a esperança.
Ousemos abrir o coração à graça divina. Olhemos em frente. Se o medo nos paralisa, contemplemos Maria, fixemos o seu exemplo de esperança. Ela é testemunha de que não será defraudada a esperança. Como Maria, ainda que nem tudo compreendas, enche-te de coragem, permite que Deus faça nascer algo na tua vida. E se Deus tem um plano diferente daquele que pensas para ti?