Atenção à Palavra
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10 de Fevereiro de 2024QUINTO DOMINGO, ANO B
É cristão quem está convencido de que a principal missão é anunciar a alegria do Evangelho. Primeiro, acolhe-se com entusiasmo; depois, transmite-se com paixão. Não deixemos que desapareça da nossa vida a alegria do Evangelho!
“Tudo faço por causa do Evangelho”
A palavra “Evangelho” aparece cinco vezes, no trecho da Primeira Carta aos Coríntios, a segunda leitura deste Quinto Domingo (Ano B). Não se trata do livro escrito, mas do conteúdo, a Boa Notícia de Jesus ou o anúncio sobre o próprio Jesus Cristo. Recordemos que, naquela altura, os escritos a que chamamos “evangelhos” ainda estavam em fase de composição. Fique claro que, antes de ser um texto, Evangelho é o próprio Jesus Cristo. Sim, Jesus Cristo é o Evangelho, a Palavra (com maiúscula), o Verbo do Pai em carne humana, a Boa Notícia de Deus que ilumina o nosso coração.
A missão do cristão consiste em anunciar o Evangelho. Paulo di-lo com uma expressão arrebatadora: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!». Este «ai de mim» não é uma fatalidade resignada que resulta do medo de ser castigado, caso não o faça. «Ai de mim» é aquela expressão que brota de dentro, como um impulso do mais profundo do ser, uma necessidade existencial que enche a pessoa de alegria.
«Tudo faço por causa do Evangelho», conclui Paulo. Será que vale a pena fazer tudo por causa do Evangelho? Vale, porque só o Evangelho nos inunda de alegria e dá pleno sentido à vida. Paulo VI falava da «suave e reconfortante alegria de evangelizar». O Papa Francisco insiste na alegria do Evangelho que «enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus» (cf. A Alegria do Evangelho, números 1, 9 e 10).
Suave e reconfortante alegria
Ao terminarmos, com este episódio, a ‘série’ sobre «a Bíblia, carta de amor», parafraseando a expressão paulina, possamos dizer: Ai de mim se eu não ler o Evangelho!
Há dias, o Papa Francisco, sempre solícito em chamar a atenção para a prioridade da leitura e escuta da palavra de Deus, deixou estas interpelações: «Que lugar reservo eu para a Palavra de Deus na casa onde moro? Lá haverá livros, jornais, televisões, telefones, mas… onde está a Bíblia? No meu quarto, tenho ao alcance da mão o Evangelho? Leio-o cada dia para encontrar nele o rumo da vida? Na bolsa, trago um pequeno exemplar do Evangelho para o ler? Muitas vezes dei de conselho que tivéssemos sempre connosco o Evangelho: no bolso, na bolsa, no telemóvel. Se, para mim, Cristo é mais querido do que qualquer outra realidade, como posso deixá-lo em casa e não trazer comigo a sua Palavra? E a última pergunta: Já li, na íntegra, pelo menos um dos quatro Evangelhos? O Evangelho é o livro da vida, é simples e breve, mas muitos crentes nunca leram um do começo ao fim».
Continuemos a exercitar a leitura diária da palavra de Deus. Requer hábito, de modo que se torne algo natural e essencial para alimentar a nossa relação com Deus. Façamos com que a leitura da Bíblia seja uma «suave e reconfortante alegria» que dá sentido a cada dia da nossa vida.