Valentim, santo inscrito no martirológio da Igreja Católica, foi decapitado, em Roma, a 14 de fevereiro do ano 270. Entretanto, o dia passou a estar associado à promoção do amor como evocação do Dia dos Namorados.
De acordo com a tradição, o bispo Valentim teria apoiado os jovens a celebrar o matrimónio, contra a determinação do imperador romano.
Nessa época, por causa das múltiplas guerras em que o Império estava envolvido, Cláudio II proibiu a realização de casamentos. Dessa forma, pensava, seria mais fácil a recruta de novos soldados, uma vez que era insuficiente o número de voluntários alistados no exército.
A atitude corajosa do bispo Valentim foi ainda mais enaltecida ao ser preso e condenado à morte. Entre peripécias lendárias, a sua ação em defesa do matrimónio ficou associada à vitalidade do amor. Supõe-se que as primeiras celebrações do Dia dos Namorados, a 14 de fevereiro, remontem aos tempos da Idade Média.
Na época atual, em que predomina o ‘descartável’, também nos sentimentos, a Comissão Episcopal do Laicado e Família, na mensagem deste ano, lembra o namoro como «uma etapa fundamental para chegar ao compromisso: tempo de conhecimento mútuo, de consolidação da amizade e de diálogo franco sobre o futuro e os valores que o devem enformar».
O namoro é tempo de discernimento aberto à decisão livre e consciente de assumir ou suspender o (desejado) projeto de amor. Há que prever essa alternativa, sem deixar de permanecer como bons amigos, ainda que a rutura comporte sempre uma certa dose de sofrimento. Não seja até descabida essa mesma possibilidade para os primeiros tempos de noivado.
Noutra perspetiva, como disposição para sonhar o amor, o ‘namoro’ há de permanecer entre os esposos. Assim o expressou o Papa Francisco (a 16 de janeiro de 2015): «Não percais esta capacidade de sonhar. E, na vida dos cônjuges, quantas dificuldades se resolvem, se conservarmos um espaço para o sonho, se nos detivermos a pensar no cônjuge e sonharmos com a bondade, com as coisas boas que tem. Por isso, é muito importante recuperar o amor através do sonho de cada dia. Nunca deixeis de ser namorados!».