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24 de Dezembro de 2019Qual foi o dia do nascimento de Jesus Cristo? Uns defenderam o 25 de maio; outros o 17 de novembro; Clemente de Alexandria dizia que tinha sido a 20 de abril; Epifânio sugeriu o seis de janeiro; no ano 535, o imperador Justiniano decretou o dia 25 de dezembro. Mais do que evocar um facto histórico, transmitiu-se um conteúdo de fé: Jesus Cristo é o «Sol Invicto», «nascido do Pai antes de todos os séculos: [...] Deus verdadeiro de Deus verdadeiro».
25 DE DEZEMBRO
Qual foi o dia do nascimento de Jesus Cristo? Uns defenderam o 25 de maio; outros o 17 de novembro; Clemente de Alexandria dizia que tinha sido a 20 de abril; Epifânio sugeriu o seis de janeiro; no ano 535, o imperador Justiniano decretou o dia 25 de dezembro.
O início do inverno, este ano de dois mil e dezanove, acontece às 4h19 do dia 22 de dezembro, momento em que o sol se encontra mais a sul, facto que dita o solstício de inverno, no hemisfério norte. É o dia mais curto do ano e, consequentemente, a noite mais longa.
Os romanos viram neste acontecimento um sinal de que o sol é sempre invencível sobre o poder das trevas. O 25 de dezembro, data do solstício de inverno no Calendário Juliano, foi escolhido pelo imperador Aureliano, no ano 274, para celebrar a festa do aniversário do sol invencível («dies natalis solis invicti»). Mais tarde, os cristãos substituíram-na pela evocação de um outro Sol, Jesus Cristo.
A apoiar esta tradição, há uma relação com a heresia difundida por Ário, no século IV: o ‘arianismo’ defendia que Jesus não era Deus, mas um ser extraordinário criado para ajudar a salvar a humanidade. E pela ajuda que prestou com a sua morte na cruz tornou-se digno do título de ‘Deus’. Esta heresia, que eliminava a divindade de Jesus, propagou-se rapidamente por muitas regiões.
O Papa Júlio I compreendeu que uma forma rápida e eficaz de contrapor a heresia era implementar a celebração do Natal, para que se tomasse consciência de quem tinha nascido não era um menino comum, mas um Deus Menino.
Entretanto, no século XX, retomou-se a antiga ‘teoria do cômputo’, que se apoia na crença de que Jesus Cristo, ser perfeito, viveu na terra um número exato de anos. Por isso, a data da morte teria de coincidir com a da sua conceção.
Ao transpor o dia 14 de Nisan, dia da morte de Jesus Cristo, para o 25 de março, o ‘cômputo’ determina que nove meses após a conceção (Anunciação) há que celebrar o nascimento (Natal). O interessante desta teoria é colocar a festa do Natal em sintonia com a celebração da Páscoa.
Em qualquer caso, ao fixar o dia 25 de dezembro, mais do que evocar um facto histórico, transmitiu-se um conteúdo de fé: Jesus Cristo é o «Sol Invicto», «nascido do Pai antes de todos os séculos: [...] Deus verdadeiro de Deus verdadeiro».