A novidade está na bondade
31 de Dezembro de 2019Esperança renovada
31 de Dezembro de 2019SANTA MARIA, MÃE DE DEUS
A liturgia da Igreja consagra o primeiro dia do ano a Santa Maria. Há uma semana, celebramos a alegria do nascimento de Jesus Cristo. Hoje, é um dia para continuar a contemplar a esperança que brota do Presépio como revolução do amor e da paz.
Ano novo, vida interior renovada
‘Ano novo, vida nova’, é um desejo habitual nestes dias. Hoje, proponho-vos: ‘ano novo, vida interior renovada’. E tomemos como exemplo o que o evangelistas nos diz sobre Maria: «conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração».
A atitude de Maria faz-nos pensar na necessidade que todos temos de cultivar a nossa vida interior. Meditar, no sentido usado pelo evangelista, significa um tipo de oração que consiste em comparar o que diz o texto bíblico com o que acontece na nossa vida.
Se a nossa vida estiver apoiada apenas na cabeça e nas mãos, será sempre superficial. Só quando os acontecimentos descem ao coração é que podemos esperar a novidade.
Aqui está algo importante que nos pode ajudar a renovar a nossa vida interior: aprender a ler os acontecimentos à luz da palavra de Deus. E, assim, como Maria, aprendemos a viver de uma maneira criativa e destemida.
Sois filhos (de Deus)
Quanto tomamos a Bíblia para meditar os acontecimentos no coração, a primeira coisa que descobrimos é que somos filhos amados de Deus. A Carta aos Gálatas diz-nos que a nossa filiação divina é fruto do Natal: Jesus Cristo nasceu de uma mulher para nos tornar filhos de Deus. O Natal atinge a nossa vida com um novo modo de ser: «já não és escravo, mas filho».
Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o Príncipe da Paz. Nós, filhos de Deus, conduzidos pelo Espírito Santo que grita ao coração: «Abá! Pai!», somos desafiados a viver como filhos de Deus e ‘príncipes’ da paz.
Revolução da paz
A paz brota da nossa filiação divina. É o fundamento da fraternidade universal que nos motiva a viver a revolução do amor e da paz. Somos convidados «a encontrar no mais fundo do nosso coração a força do perdão e a capacidade de nos reconhecermos como irmãos e irmãs. Aprender a viver no perdão aumenta a nossa capacidade de nos tornarmos mulheres e homens de paz».
A paz não se define como uma realidade passiva, por exemplo, como ausência de guerra. A paz é uma realidade ativa, um ‘caminho de esperança’, afirma o Papa Francisco na Mensagem para este Dia Mundial da Paz.
O Papa convida a uma «fraternidade real, baseada na origem comum de Deus e vivida no diálogo e na confiança mútua. O desejo de paz está profundamente inscrito no coração do homem e não devemos resignar-nos com nada de menos».
Viver como filhos de Deus implica banir do nosso coração o egoísmo, o orgulho, o ódio, o desrespeito pela diversidade do outro, o desejo de posse, a vontade de domínio, o desrespeito pelos bens da Criação para implementarmos a revolução do amor e da paz.
Assumamos a revolução da paz. A que começa nos nossos corações e, envolvidos pelo amor e pela ternura do Presépio, nos faz caminhar no diálogo, na reconciliação e na conversão ecológica.