
José, o guardião
30 de Dezembro de 2023
Sedentos, como os Magos
6 de Janeiro de 2024Entre o suspiro de um ano que se despede e a promessa de um novo amanhecer, somos convidados a um silêncio reflexivo misturado com o desejo de traçar novos caminhos.
ANO NOVO
Entre o suspiro de um ano que se despede e a promessa de um novo amanhecer, somos convidados a um silêncio reflexivo misturado com o desejo de traçar novos caminhos. Deixemo-nos tocar pelas histórias do mundo, despertando em nós um eco de solidariedade que transcenda as nossas exíguas fronteiras.
Guerras violentas marcaram as terras da Ucrânia e ecoaram nos confrontos entre Israel e o Hamas. As batalhas atingem sempre aqueles que são os mais vulneráveis: as vidas comuns, aquelas que não escolheram o caminho das armas.
Quem são os promotores desses conflitos descritos pelo Papa, na mensagem natalícia, como «uma viagem sem destino, derrota sem vencedores»? Os soldados são os que estão na linha da frente, mas acima deles encontram-se políticos e líderes de grupos armados, governos que financiam tais conflitos com dinheiro e armas. São os que menos sofrem, às vezes cúmplices com aqueles que lucram com o sofrimento alheio.
O que nos resta fazer? Embora as nossas ações possam parecer limitadas, são fundamentais. É vital criar consciência pública, manter viva a memória das tragédias, pois o esquecimento pode ser tão destrutivo quanto as próprias guerras. É essencial questionar as narrativas oficiais, muitas vezes enviesadas e falsas, e buscar informações fidedignas através de meios independentes e organizações confiáveis que atuam no terreno. Entre nós, podemos promover uma linguagem de paz e tolerância, resistir ao discurso de ódio e separação que, com frequência, permeia as conversas e o discurso público.
No meio de tanto turbilhão, há sinais de esperança. Às vezes pequenos, quase invisíveis. São atos de coragem, na busca silenciosa pela liberdade, pelos direitos humanos, pela justiça, pela preservação do planeta. São mulheres, crianças e grupos marginalizados a serem apoiados a partir de várias partes do mundo. São médicos e professores que semeiam esperança. São ONGs, faróis na tempestade, e até alguns políticos honestos e empenhados no bem comum.
Onde menos se espera, lá está o Espírito Santo, a dar uma mãozinha, a dar força aos fracos, a soprar vida, a tornar visível o amor, a fazer de cada pequeno gesto um sinal de esperança.