Vigésimo Sexto Domingo, Ano A
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1 de Outubro de 2020Ao proclamar a fé cristã, de acordo com um modelo estabelecido, estamos a reconhecer o vínculo que nos une às gerações que nos precederam e a passar o testemunho às que nos hão de suceder. O «Credo» também se diz ‘símbolo’, porque, ao recitá-lo, ficamos vinculados a todos os que, em qualquer época, assumem o mesmo ‘pacto’ de fé.
CREDO
Ao proclamar a fé cristã, de acordo com um modelo estabelecido, estamos a reconhecer o vínculo que nos une às gerações que nos precederam e a passar o testemunho às que nos hão de suceder. Somos parceiros de uma fé comum, a fé da Igreja professada no «Credo».
Existem três propostas ‘oficiais’ para a confissão da fé: Símbolo Batismal; Símbolo dos Apóstolos; Símbolo Niceno-Constantinopolitano.
O símbolo era um objeto partido em dois para permitir o reconhecimento futuro de um pacto ou contrato: cada parceiro conservava uma metade; depois, ao juntar as duas metades, era reconhecido o vínculo estabelecido entre os dois.
O «Credo» também se diz ‘símbolo’, porque, ao recitá-lo, ficamos vinculados a todos os que, em qualquer época, assumem o mesmo ‘pacto’ de fé.
A fórmula mais antiga pertence à liturgia batismal, em modo de pergunta e resposta. É a mais simples e está ligada à tripla imersão: proclama a renúncia a Satanás, ao mal e ao pecado; professa a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
A designação de «Símbolo dos Apóstolos» surgiu de uma lenda que atribuía a autoria do conteúdo aos primeiros chamados por Jesus Cristo. Santo Agostinho classificou-o como a «regra da fé, breve e grande»: breve, por causa do número de palavras; grande, por ter a capacidade de evocar a totalidade da fé cristã.
O «Símbolo Niceno-Constantinopolitano» resulta da tentativa de sanar as múltiplas e complicadas discussões teológicas dos primeiros séculos, por fim dirimidas em dois Concílios: o Primeiro Concílio de Niceia (no ano 325) e o Primeiro Concílio de Constantinopla (no ano 381).
Esta fórmula, que entre nós se tornou a mais conhecida, por causa do seu uso corrente na eucaristia, possui uma tríplice estrutura: a primeira é trinitária (Deus é confessado como único, mas também como comunhão de três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo); a segunda estrutura é narrativa (conta a História da Salvação); a terceira é enunciativa (não se refere apenas ao conteúdo da fé, mas também aos sujeitos que dele se apropriam, para o viver e testemunhar).
O «Credo», em qualquer das fórmulas, exprime o coração da nossa da fé, o eixo da liturgia, o núcleo da teologia, a base da vida cristã.