Pai na obediência
27 de Fevereiro de 2021A outra da fé
2 de Março de 2021LITURGIA FAMILIAR
A Quaresma coloca-nos na ‘escola’ de Abraão: a escola da fé e da confiança. A Palavra do Pai é-nos dada para consolidar a nossa esperança. Agora, Deus fala-nos através de Jesus Cristo, seu «Filho muito amado». Escutemo-lo!
[proposta elaborada a partir da ferramenta ‘Ter uma só mensagem’ e dos subsídios publicados pelo padre Amaro Gonçalo Lopes]
SAUDAÇÃO
GUIA: Neste Segundo Domingo da Quaresma, vamos até às raízes mais antigas da nossa fé, até às origens do povo de Deus. E aí encontramos a figura patriarcal de Abraão. Ele tornou-se nosso ‘pai na fé’ e nós fazemos parte da sua descendência incontável. Hoje, queremos evocar aqueles que nos precederam nas raízes e na transmissão da fé, para construirmos com eles uma verdadeira aliança de gerações.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amen.
PEDIMOS PERDÃO
> Pelas vezes, em que somos pais e mães, que prendem a si os filhos, em vez de os tornarmos livres e capazes de escolher e de partir: Senhor, misericórdia! [TODOS:] Senhor, misericórdia!
> Pelas vezes em que queremos construir um futuro sem raízes, como se o mundo começasse apenas a partir de nós: Cristo, misericórdia! [TODOS:] Cristo, misericórdia!
> Pelas vezes em que descartamos os mais velhos, negando-lhes a oportunidade de falar, de agir e de sonhar com os mais novos: Senhor, misericórdia! [TODOS:] Senhor, misericórdia!
ACOLHEMOS A PALAVRA
[Ver/ouvir a primeira parte do vídeo/audio]Leitura do Livro do Génesis [capítulo 22, versículos 1-2.9a.10-13.15-18]
Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o: «Abraão!». Ele respondeu: «Aqui estou». Deus disse: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu te indicar. Quando chegaram ao local designado por Deus, Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele. Depois, estendendo a mão, puxou do cutelo para degolar o filho. Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu: «Abraão, Abraão!». «Aqui estou, Senhor», respondeu ele. O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão contra o menino, não lhe faças mal algum. Agora sei que na verdade temes a Deus, uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu filho único». Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado. Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho. O Anjo do Senhor chamou Abraão do Céu pela segunda vez e disse-lhe: «Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor – já que assim procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar, e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas. Porque obedeceste à minha voz, na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra».
[Ver/ouvir a segunda parte do vídeo/audio]
PARTILHAMOS A PALAVRA
A relação entre Deus e Abraão não começa aqui; o relacionamento está já numa fase madura: Abr(a)ão já tinha saído da sua terra; a mulher estéril, Sa(a)ra, já tinha concebido e dado à luz o filho da promessa, Isaac. A maturidade da relação permite-lhe perceber que o pedido, apesar de paradoxal, não pode estar à margem da promessa. Por isso, obedece; não por uma fé ‘cega’, mas por ter experimentado a presença de Deus, tanto no êxodo e na esterilidade, como na promessa e na sua concretização. A provação mostra o desapego em relação ao dom, que não poderia ter se não fosse fruto da promessa e do amor de Deus.
Acresce que, para nós cristãos, este relato só pode ser lido e entendido à luz de Jesus Cristo, com o qual podemos discernir os nossos passos quotidianos. Com Jesus Cristo podemos passar do monte da privação e do sacrifício para o monte da transfiguração, das trevas do Calvário para o brilho da luz pascal.
APRESENTAMOS AS NOSSAS PRECES
Ao Deus da Aliança, sempre fiel, para nós revelado no rosto e na palavra do seu Filho muito amado, Jesus Cristo, dirigimos as nossas preces, dizendo: Deus Pai, guarda-nos na tua Aliança!
> Pela Igreja: seja uma arca e uma barca de salvação, na qual os idosos ajudam a manter a direção, interpretando a posição das estrelas, e os jovens remem com força, nós te pedimos: [TODOS:] Deus Pai, guarda-nos na tua Aliança!
> Pelos que governam: promovam uma aliança de gerações, onde todos, dos mais velhos aos mais novos, possam dar o seu contributo na construção de um mundo mais familiar, nós te pedimos: [TODOS:] Deus Pai, guarda-nos na tua Aliança!
> Pelos idosos, avós e bisavós, exilados ou escondidos nas próprias famílias: sejam-lhes reconhecidos os direitos de viver, de falar, de agir, de intervir, nós te pedimos: [TODOS:] Deus Pai, guarda-nos na tua Aliança!
> Pelas crianças, jovens e adolescentes: floresçam e frutifiquem na vida, a partir do cultivo das suas raízes, ancorados no testemunho e na memória agradecida dos seus ascendentes, nós te pedimos: [TODOS:] Deus Pai, guarda-nos na tua Aliança!
> [acrescenta a tua intenção], nós te pedimos: [TODOS:] Deus Pai, guarda-nos na tua Aliança!
Impelidos pelo Espírito Santo, rezemos: [TODOS:] Pai nosso
ASSUMIMOS UM COMPROMISSO
Vamos fazer uma aliança de gerações: com os jovens podemos ir mais depressa; com os idosos iremos mais longe. Em família, podemos valorizar as nossas raízes, por exemplo: procurar fotos antigas dos familiares; rezar juntos pelos vivos e defuntos; homenagear os avós… ou outros idosos.
Bendigamos o Senhor! TODOS: Graças a Deus!
BÊNÇÃO DA FAMÍLIA E DA MESA
[PARA REZAR ANTES DA REFEIÇÃO EM FAMÍLIA]
Senhor, abençoa a nossa mesa; que ela seja sinal da Aliança contigo e da aliança entre gerações, na nossa família. Fortalece-nos com o alimento interior da tua Palavra; juntos, partilhemos o pão de cada dia e sintamos verdadeira fome do Pão da Eucaristia. Ámen.