Mais forte do que a morte
3 de Novembro de 2020Saciar a sede
6 de Novembro de 2020TRIGÉSIMO SEGUNDO DOMINGO, ANO A
Estes dias mais sombrios do outono e a proximidade do final do ano litúrgico unem a humana finitude ao desejo de infinito. Em sintonia, surge a procura do sentido da vida. É uma época propícia para aprofundar a esperança dos ressuscitados: «Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido».
Crente é aquele que está sedento de Deus, por quem suspira «como terra árida, sequiosa, sem água». Esta ‘sede’ lança-o na busca daquela luminosa sabedoria que lhe indica o caminho da existência: «deixa-se ver facilmente àqueles que a amam e faz-se encontrar aos que a procuram». Mesmo que haja atrasos ou contrariedades, está sempre vigilante e preparado para entrar no «banquete nupcial», com prudente atitude.
Tenho ‘sede’ de Deus? Estou pronto para ir ao seu encontro?
Deus tem sede de nós, tem sede que a nossa existência terrena se torne plena de felicidade. Do mesmo modo, a nossa vida resolve-se na medida em que aprofundamos a nossa sede de Deus.
Ao longo desta semana, com o salmista, posso rezar em cada manhã: ‘Senhor, és o meu Deus: desde a aurora te procuro. A minha alma tem sede de ti, meu Deus. Por ti suspiro, como terra árida, sequiosa, sem água’.
O crente não é aquele que está saciado de Deus, o crente é aquele que tem uma cada vez mais intensa sede de Deus. O crente não ignora a morte, mas acolhe-a como o momento em que se há de ver saciadas todas as suas sedes, o encontro pleno com aquele por quem suspirou dia e noite.