As riquezas do caminho
14 de Dezembro de 2019Esperança realizada
19 de Dezembro de 2019As árvores e as luzes deixaram de ser símbolos cristãos. Tornaram-se meros adornos. Aos cristãos, compete-nos não deixar que se tornem as árvores e as luzes do novo palácio de Herodes, «fechado, surdo ao jubiloso anúncio». O Presépio há de continuar a ser sinal que, por um lado, nos convida à alegria e, por outro, a realizar a revolução do amor.
PRESÉPIO
Um «sinal admirável» que não pode deixar de suscitar em todos nós «maravilha e enlevo», segundo o desejo do Papa Francisco expresso na Carta Apostólica sobre o significado e o valor do Presépio.
Por estes dias, em boa hora se multiplicam as notícias que fazem eco desse «exercício de imaginação criativa, que recorre aos mais variados materiais para produzir, em miniatura, obras-primas de beleza», bem como das representações ao vivo dos acontecimentos que preparam e celebram a natividade de Jesus (cf. Diário do Minho de 16 de dezembro de 2019).
«Do Presépio surge, clara, a mensagem de que não podemos deixar-nos iludir pela riqueza e por tantas propostas efémeras de felicidade. Como pano de fundo, aparece o palácio de Herodes, fechado, surdo ao jubiloso anúncio. Nascendo no Presépio, o próprio Deus dá início à única verdadeira revolução que dá esperança e dignidade aos deserdados, aos marginalizados: a revolução do amor, a revolução da ternura. Do Presépio, com meiga força, Jesus proclama o apelo à partilha com os últimos como estrada para um mundo mais humano e fraterno, onde ninguém seja excluído e marginalizado».
É talvez tarefa inglória lutar contra o consumo, que ilude «pela riqueza e por tantas propostas efémeras de felicidade», em que se converteram estes tempos natalícios. Há também a tentativa de lhes retirar toda a simbologia e vocabulário cristãos.
O Papa quer «apoiar a tradição bonita das nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças…».
No passado, entre os povos germânicos, São Bonifácio ‘cristianizou’ o carvalho, usado em honra do deus Odín, substituindo-o pelo pinheiro, árvore de folha perene para representar a imutável «revolução do amor» revelada em Jesus Cristo.
As árvores e as luzes deixaram de ser símbolos cristãos. Tornaram-se meros adornos. Aos cristãos, compete-nos não deixar que se tornem as árvores e as luzes do novo palácio de Herodes, «fechado, surdo ao jubiloso anúncio».
O Presépio há de continuar a ser sinal que, por um lado, nos convida à alegria e, por outro, a realizar a revolução do amor.