Vitória na palma da mão
17 de Abril de 2020Um plano para ressuscitar
21 de Abril de 2020O que foi crucificado é o mesmo que foi ressuscitado por Deus. Esta igualdade fica confirmada pelas chagas. E significam algo mais: são expressão de identidade, ou seja, pertencem ao seu novo ser de ressuscitado. Dito de outro modo: ao vencer a morte, não abandona o caduco da existência mortal; a debilidade da carne mortal é assumida na glória do corpo ressuscitado.
CORPO
O Ressuscitado, sobretudo nos evangelhos segundo Lucas e João, preocupa-se em mostrar aos discípulos as mãos e os pés. Que tinham de especial essas partes do corpo?
O diálogo de Jesus com Tomé (cf. João 20, 19-31) sugere uma importante indicação. Aos seus companheiros, aos quais tinha aparecido o Ressuscitado, Tomé declarou: «se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos e não meter o dedo no seu lado... não acreditarei». Por isso, quando Jesus Cristo aparece na presença de Tomé, diz-lhe: «aproxima aqui o teu dedo e vê as minhas mãos». Eram umas mãos chagadas.
Diante de um mártir ressuscitado, poder-se-ia esperar a contemplação de um corpo totalmente renovado, rejuvenescido, limpo, sem feridas nem marcas do martírio. Por outro lado, ao falar da ressurreição, qualquer mentalidade medianamente crítica dirá que é um acontecimento transcendente, que de modo nenhum a ressurreição pode ser vista com os olhos deste mundo. Contudo, o Ressuscitado toma outra iniciativa: deixa-se ver, ‘impõe’ a sua presença, provoca o encontro.
Os discípulos procuram um cadáver para venerar com respeito e carinho. O Ressuscitado procura as discípulas e discípulos e ‘impõe’ a sua presença; mas do modo como se propõem as coisas da fé: respeita a liberdade e os tempos, sem forçar, com pedagogia. Não se apresenta com força e poder, mas com amor e a partir do amor. Por isso, não é fácil reconhecê-lo; porém, é ele!
O que foi crucificado é o mesmo que foi ressuscitado por Deus. Esta igualdade fica confirmada pelas chagas. E significam algo mais: são expressão de identidade, ou seja, pertencem ao seu novo ser de ressuscitado. Dito de outro modo: ao vencer a morte, não abandona o caduco da existência mortal; a debilidade da carne mortal é assumida na glória do corpo ressuscitado.
Esta indicação, o Ressuscitado não abandona o seu corpo mortal, ajuda a entender o ‘desaparecimento’ do cadáver com um sentido teológico.
A questão não é saber se o corpo morto contribui ou pode contribuir para a ressurreição, mas qual é o contributo do Pai (Deus). A Jesus Cristo, como há de ser connosco, Deus acolhe toda a realidade, purificada e transformada, mas nem por isso menos humana nem menos real