Seguir Jesus, o Cristo
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16 de Setembro de 2023VIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO, ANO A
Abre-se para nós a porta que conduz a uma vida diferente, na qual o amor é a primeira e a única lei. Vamos formar uma comunidade cristã, um grupo dos discípulos, irmãs e irmãos, que se ajudam mutuamente a viver a Boa Nova de Jesus Cristo.
“Aí estou no meio deles”
O evangelho apresenta um tema difícil: os conflitos e a correção fraterna. Chegamos ao quarto dos cinco discursos do Mestre, conforme a dinâmica do evangelho segundo Mateus. Este é o discurso eclesial ou comunitário, que responde a esta pergunta: Como é que hão de viver, no seio da comunidade, as pessoas que decidiram seguir Jesus Cristo?
O fundamento sobre o qual se estabelecem as relações dentro da comunidade é, sempre e só, o amor ou a caridade fraterna. A Carta aos Romanos di-lo de um modo tão simples quanto claro: «Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros […]. A caridade é o pleno cumprimento da lei».
A proposta cristã não é mera teoria, não são palavras e boas intenções. O amor é um compromisso real e concreto, para ser vivido no quotidiano, nas relações entre as pessoas. Eis porque Jesus Cristo nos fala de uma dessas formas concretas: resolver os conflitos através da correção fraterna.
Pode ser simples, mas nunca é fácil. A correção fraterna implica um esforço, tanto daquele que é corrigido, como daquele que alerta para os desvios do comportamento alheio. Sempre a partir do amor, sempre com humildade. Jesus Cristo indica que a primeira coisa a fazer é ir ao encontro do outro, sem alaridos. Trata-se de ajudar, com prudência, no momento adequado e com a delicadeza das palavras.
Feita com amor, a correção fraterna é uma autêntica oração, confirmada pela presença do Mestre: «onde estão dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles».
Reconhecer os conflitos
O modo como encaramos os conflitos é determinante para aferir a qualidade da nossa vida pessoal e comunitária. Jesus Cristo vai mais longe e até nos diz que disso depende a verdade da nossa relação com Deus. O ponto de partida é reconhecermos os conflitos como inevitáveis, ao mesmo tempo que os encaramos como oportunidade para elevar os níveis de confiança, entre duas pessoas, no seio de um grupo ou comunidade.
O Mestre pede-nos para não fugirmos do conflito, pede-nos para sermos nós a tomar a iniciativa: «Se o teu irmão pecar contra ti, vai ter com ele».
Um dos autores mais famosos nesta área, Dale Carnegie, de quem retiramos algumas ideias para esta ‘série’, sugere que, antes até de ir ter com o outro, comecemos por ter uma conversa positiva connosco, pois «as palavras que usamos para ‘falar’ connosco sobre os conflitos que enfrentamos têm uma grande força na formação da nossa atitude em relação aos mesmos». Em detrimento de pensamentos negativos, procuremos desenvolver pensamentos positivos, uma vez que a qualidade dos nossos pensamentos interfere no modo como agimos e reagimos às situações. Este é o primeiro passo para ser eficaz na resolução de conflitos e na relação com pessoas difíceis.