O amor de Deus
4 de Junho de 2020Um novo (a)normal
6 de Junho de 2020SANTÍSSIMA TRINDADE, ANO A
A vida cristã está alicerçada na experiência pessoal de amizade com a Santíssima Trindade. Todos os dias lhe são dedicados. Contudo, neste domingo após o tempo pascal, a Igreja convida-nos a celebrar o nosso Deus (Trindade).
‘Deus enviou o seu Filho ao mundo’
No final do evangelho segundo Mateus (cf. Solenidade da Ascensão), Jesus Cristo envia os discípulos a ensinar e a batizar ‘em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’. Aqui, como em outros lugares, não nos dá uma definição da Trindade. O que encontramos é a familiaridade com que fala do (com o) Pai e do Espírito Santo. De Jesus Cristo, aprendemos a estabelecer uma relação de amizade com Deus.
O trecho do evangelho (Ano A) faz parte do encontro com Nicodemos. Na conversa, fica perplexo quando Jesus Cristo lhe diz que é preciso ‘nascer de novo’. Para o ajudar, o Mestre fala-lhe de acolher o amor de Deus, deixar-se transformar (salvar) pelo amor.
‘Para que o mundo seja salvo’
O amor e a salvação estão entranhados no ser de Deus: amor que se dá sem reservas, amor que salva a todos. Deus oferece-nos uma experiência profunda de relação e encontro. Da nossa parte, a experiência é entrar nessa dinâmica de amor e comunhão.
Jesus Cristo é enviado ao mundo para nos revelar o amor de Deus. Cada um recorda-o ao traçar sobre si o ‘Sinal da Cruz’. É uma forma e uma fórmula simples de mostrar que estamos impregnados do mistério da Santíssima Trindade.
Fazer o ‘Sinal da Cruz’ é tomar consciência e testemunhar que a nossa vida está sustentada pelo amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo. É dizer para si e para os outros: eu vivo em Deus; Deus é a minha vida.
Acreditar consiste em abrir o coração a esta novidade: «Deus enviou o seu Filho ao mundo, para que o mundo seja salvo por Ele». Acreditar é entrar na dinâmica de amor e salvação, é começar a viver o dinamismo de comunhão próprio do ser divino.
Ser cristão é pôr em prática o amor incondicional, em todos os ambientes em que habitamos, sejam reais ou virtuais, analógicos ou digitais. Toda a vida mergulhada em laços de amor.
As nossas relações tornam-se salvadoras quando se vivem em doação, entrega, dando o melhor de nós aos outros, sem reservas. Na família, na escola, no trabalho, na rua, estabelecemos relações de amor e de comunhão. Assim se vive à imagem da Santíssima Trindade.
Recomeçar
Estamos a viver um tempo novo. Aceitemos iniciar, dar os primeiros passos como o recém-nascido. É essa a proposta de Jesus Cristo, no diálogo com Nicodemos: nascer de novo.
Vamos (re)começar a nossa relação com Deus. Propomos fazê-la sob o signo do amor e da amizade: «É necessário purificarmos as imagens de Deus soletradas pelas nossas inseguranças e medos. O paradigma da amizade, aplicado à nossa relação com Deus, pode resultar num efeito extraordinariamente libertador. A amizade é a aceitação positiva do limite. […] Sabemos que nos havemos de reencontrar» (José Tolentino Mendonça).
Queres iniciar uma relação de amizade com Deus? Busca a experiência de te sentires amado por Deus!