A realização do cristão
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27 de Abril de 2021Quando é que tu não rezas? Esta é a pergunta bem mais adequada, para a maturidade da relação com Deus, do que aqueloutra mais comum: Quando é que tu costumas rezar? A oração também é isto: saber-se envolvido pela presença amorosa de Deus.
ORAÇÃO
Não se trata de algo periférico ou faculdade marginal, antes pertence a todos, «provavelmente também àqueles que não professam religião alguma», diz respeito ao «mistério mais íntimo de nós mesmos» (Audiência Geral, 13 de maio de 2020), disse o Papa Francisco. «É o respiro da fé, é a sua expressão mais adequada» (Audiência Geral, 6 de maio de 2020), a oração.
A vida cristã só se pode dizer como uma contínua oração. Não implicamos apenas um determinado ato mental ou vocal, pessoal ou comunitário, a que habitualmente designamos de oração, mas mais a consciência da permanente presença de Deus na nossa vida.
Jesus Cristo, no evangelho segundo Lucas (capítulo 18, versículo 1), lembra aos discípulos «a necessidade de eles rezarem sempre, sem desanimar». Em sintonia, a Primeira Carta aos Tessalonicenses (capítulo 5, versículo 17), talvez o escrito mais antigo do Novo Testamento, exorta: «Orai sem cessar».
Uma boa concretização destas recomendações é assumir que estamos sempre na presença de Deus. A oração também é isto: saber-se envolvido pela presença amorosa de Deus.
Quem ama está sempre amando, embora não esteja, de modo explícito, a pensar na pessoa amada. O crente também está sempre na presença de Deus, mesmo quando não evoca, de modo explícito, o amor divino.
Quando é que tu não rezas? Esta é a pergunta bem mais adequada, para a maturidade da relação com Deus, do que aqueloutra mais comum: Quando é que tu costumas rezar?
A oração é um modo de amar. Quem ama vive mergulhado em ambiente de amor. A sua preocupação é amadurecer nessa relação amorosa e evitar tudo aquilo que contradiz o amor. Por outras palavras, o crente interroga-se: Quando é que eu me afasto da presença de Deus?
A questão, neste caso, não é tanto sobre os momentos em que eu rezo, no sentido de estar em atitude vocal ou mental que, de modo explícito, remete para a relação com Deus.
A atenção volta-se para as situações em que eu deixo de rezar, ou seja, quando assumo atitudes contrárias à vontade divina, atitudes essas que me afastam dos critérios do Evangelho e me colocam de costas voltadas para Deus.