Despertar energias
7 de Dezembro de 2019Espera paciente ativa
11 de Dezembro de 2019O que está em causa é buscar o melhor para a comunidade (paroquial), vencer a resignação própria daqueles que não têm esperança. Implica considerar todas as vantagens e todos os inconvenientes, sem estar apegado a uma única possibilidade.
DISCERNIMENTO
O discernimento não é algo novo, antes remonta aos primórdios da Igreja. Segundo o capítulo doze da Carta aos Romanos, busca «discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito». Dimensão essencial para uma vida saudável, mesmo nas coisas simples e diárias, é permanecer em contínuo processo de discernimento.
O método não se aplica apenas aos momentos extraordinários, quando temos de resolver problemas graves ou quando é necessário tomar uma decisão crucial, na vida pessoal ou comunitária.
O discernimento, segundo o salesiano espanhol Eugenio Alburquerque, é um caminho sapiencial, «é a arte de se entender com Deus, de se deixar olhar por Deus, de se ver e compreender com os olhos de Deus».
Através da oração, reflexão, leitura e bom conselho, procura-se a vontade de Deus, «para não ficarmos apenas pelas boas intenções» e «sermos capazes de reconhecer os tempos de Deus e a sua graça, para não desperdiçarmos as inspirações do Senhor, para não ignorarmos o seu convite a crescer». (cf. Alegrai-vos e Exultai, 166 e 169).
É elemento chave no ‘Caminho de Páscoa’, o nosso processo de renovação paroquial. Destacamos a dimensão comunitária, mas lembramos que esta só é autêntica quando todos estão envolvidos pela mesma dinâmica na vida pessoal.
Marko Ivan Rupnik (O discernimento. Da purificação à comunhão) apresenta a primeira das premissas para que se possa realizar, no verdadeiro sentido, o discernimento comunitário: «as pessoas da comunidade deveriam estar, todas elas, [...] bem dentro da lógica pascal e ser impulsionados por uma autêntico amor por Cristo».
O que está em causa é buscar o melhor para a comunidade (paroquial), vencer a resignação própria daqueles que não têm esperança. Implica considerar todas as vantagens e todos os inconvenientes, sem estar apegado a uma única possibilidade.
Em vez de pensar em certo ou errado, antes de enveredar pelo mero e talvez infrutífero confronto de ideias, depois de tomar consciência de todas as alternativas viáveis, em oração, faz-se a pergunta: E se Deus tem um plano diferente daquele que penso para mim? Qual é o melhor caminho que Deus está a propor à nossa comunidade?