Habitados pela presença de Deus
14 de Março de 2020A luz do mundo
19 de Março de 2020Todos precisamos de pensar a oração como ‘tratar de amizade’ com Aquele que nos ama. Aquela que é possível fazer em cada momento, ainda que óbvia, é a resposta válida à questão sobre o conteúdo da oração. Agora, como sempre, o melhor é nunca deixar de rezar.
REZAR
Aquela que é possível fazer em cada momento, ainda que óbvia, é a resposta válida à questão sobre o conteúdo da oração. A ‘quarentena’ e a situação de emergência podem abalar também os nossos hábitos e formas de oração. Agora, como sempre, o melhor é nunca deixar de rezar.
A oração pode ser «insuficiente, limitada, imperfeita, tosca, balbuciante ou rudimentar. É como é. Será pobre, fragmentada, distraída ou dispersa. Será diferente daquela que já fomos capazes de fazer no passado ou incomparavelmente diversa daquela oração idealizada que gostaríamos que fosse a nossa». Este resumo do poeta e cardeal José Tolentino Mendonça (nas meditações propostas aquando dos exercícios espirituais do Papa e da Cúria Romana) conclui com um apelo: «O importante é não deixar de rezar».
Todos precisamos de pensar a oração como ‘tratar de amizade’ com Aquele que nos ama, segundo a conhecida proposta de Santa Teresa de Jesus referida também na Exortação Apostólica aos jovens e a todo o povo de Deus, Cristo Vive (cf. capítulo V, em especial os números 150 a 162).
Esta perspetiva permite encarar o diálogo com Deus como ‘desafio’ e ‘aventura’ que nos ajuda a crescer «numa união cada vez mais forte», permite «contar-lhe tudo o que nos acontece e permanecer confiantes [...], proporciona-nos momentos de preciosa intimidade e afeto» (número 155).
A firmeza da amizade faz-nos sentir que está ao nosso lado, nunca nos abandona (e não só quando rezamos). Escreve o Papa: «Reconhecerás que caminha contigo em todos os momentos. Procura descobri-Lo e viverás a experiência estupenda de saber que estás sempre acompanhado», mesmo que às vezes pareça calado (números 154 e 156).
Por isso, «assim como te preocupas por não perder a conexão com a internet, assegura-te de igual modo que esteja ativa a tua ligação com o Senhor, o que significa não interromper o diálogo, escutá-Lo, contar-Lhe as tuas coisas e, quando não souberes claramente o que deves fazer, pergunta-Lhe: ‘Jesus, que farias Tu no meu lugar?’» (número 158).
A plenitude da vida acontece quando nos encontramos cada dia com o grande Amigo, quando vivemos na amizade com Jesus. Ao tomar a iniciativa de rezar, estamos a ‘abrir o jogo’ (números 150 e 155). E ficaremos sempre a ganhar!