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7 de Janeiro de 2020O Natal completa-se com a chegada a Belém de uns personagens misteriosos que trazem ouro, incenso e mirra: são os ‘Reis’ Magos. Um rei há que ser procurado no palácio da capital, ou seja, a casa de Herodes, em Jerusalém. Enganaram-se. Este Rei dos reis só será encontrado entre os pobres, na ‘menor’ cidade judaica.
MAGOS
O Natal completa-se com a chegada a Belém de uns personagens misteriosos que trazem ouro, incenso e mirra: são os ‘Reis’ Magos.
O evangelho segundo Mateus diz que «tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente». Fizeram o caminho orientados por uma estrela que, segundo eles, indicava o nascimento do «rei dos judeus».
Um rei há que ser procurado no palácio da capital, ou seja, a casa de Herodes, em Jerusalém. Enganaram-se. Este Rei dos reis só será encontrado entre os pobres, na ‘menor’ cidade judaica.
Em relação aos Magos, o evangelista não faz referência a número ou nomes. Tão-pouco os apresenta como reis. Simplesmente, «uns Magos». A designação engloba os estudiosos das ciências ocultas, também chamados ‘sábios’, especialmente os que estudavam as estrelas. Hoje, dir-se-ia que eram astrónomos, representantes do saber e da religiosidade pagã daquele tempo.
O episódio precisa de ser lido à luz do encontro da rainha de Sabá com o rei Salomão (Primeiro Livro dos Reis, capítulo dez) e da referência aos reis enumerados no Salmo 72 (versículos dez e onze).
A tradição (popular), logo nos primeiros séculos, começou por imaginar que eram dois, depois quatro e até se chegou a falar de doze Magos. O número três foi assumido em função dos presentes. Os nomes surgiram no século VI: Melchior, Gaspar e Baltazar. Mais tarde foram pensados de raças e de cores diferentes: branco, amarelo e negro (representantes dos continentes até então conhecidos: Europa, Ásia e África).
A importância não reside no caráter histórico, mas no conteúdo narrativo. Em primeiro lugar, Deus ‘fala’ na linguagem que cada um consegue entender sem anular a riqueza da diversidade: a Herodes, falou através dos assessores; aos Mestres da lei, através da Bíblia; aos Magos, através dos seus estudos. O mesmo acontece nos nossos dias: a todos Deus continua a ‘falar’ como a amigos, de modo que cada um possa entender.
O relato indica que «regressaram à sua terra por outro caminho». Quando encontras Jesus Cristo, voltas à tua casa, às tuas ocupações, mas não és mais o mesmo, voltas de outra maneira, ‘por outro caminho’, com a vida (interior) renovada.