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Protagonistas
3 de Abril de 2020![](https://laboratoriodafe.pt/wp-content/uploads/2020/04/ramos-cruz-espinhos.jpg)
Domingo de Ramos, Ano A
4 de Abril de 2020O Papa Francisco desafia-nos a acolher a nossa vida como uma missão para os outros. É importante, como também refere o Papa, o conhecimento próprio, o desenvolvimento pessoal, mas sempre numa perspetiva altruísta. A ‘grande questão’ orienta para o encontro com o Outro e com os outros, faz perceber a vida como um dom que tem sentido quando se torna dávida para os outros.
PERGUNTA
O ser humano convive, desde os primeiros anos, com a necessidade de fazer perguntas. Acompanham-no, mais ou menos com termos semelhantes, as questões sobre o sentido da vida: Quem sou eu? De onde venho? O que é que estou aqui a fazer? Para onde vou? Como dizia Clarice Lispector: «Eu sou uma pergunta».
Entre nós, as tentativas de resposta acabam por remeter para a fé: acredito que fui criado por Deus, venho de Deus; acredito que Deus tem uma missão para mim; acredito que esta existência é um caminho para chegar (ou voltar) a Deus.
O Papa Francisco desafia-nos a acolher a nossa vida como uma missão para os outros. Na Exortação Apostólica Cristo Vive, lembra qual é a ‘grande questão’: «Muitas vezes, na vida, perdemos tempo a questionar-nos: ‘Quem sou eu?’. E podes passar a vida inteira a questionar-te, procurando saber quem és. Mas a pergunta que te deves colocar é esta: ‘Para quem sou eu?’» (número 286).
A fé cristã busca a resposta na direção de Deus e dos outros: «És para Deus, sem dúvida alguma; mas Ele quis que fosses também para os outros, e colocou em ti muitas qualidades, inclinações, dons e carismas que não são para ti, mas para os outros».
É importante, como também refere o Papa, o conhecimento próprio, o desenvolvimento pessoal, mas sempre numa perspetiva altruísta: «Conheço-me a mim mesmo, para além das aparências ou das minhas sensações? Sei o que alegra ou entristece o meu coração? Quais são os meus pontos fortes e as minhas fragilidades? E, logo a seguir, vêm outras perguntas: Como posso servir melhor e ser mais útil ao mundo e à Igreja? Qual é o meu lugar nesta terra? Que poderia eu oferecer à sociedade?» (número 285).
A ‘grande questão’ orienta para o encontro com o Outro e com os outros, faz perceber a vida como um dom que tem sentido quando se torna dávida para os outros.
Uma boa parte dos não crentes, apoiados apenas na existência terrena, não deixa de acolher a vida como um dom em favor dos outros.
Como cristão, acredito que todos os que vivem ‘para os outros’ são sempre, mesmo sem o saberem, um sinal da presença do Espírito Santo.
A Semana Maior dá-nos condições para investir na ‘grande questão’: Para quem sou eu?