O Evangelho nas nossas praças
27 de Abril de 20217 pistas de inspiração catecumenal
4 de Maio de 2021Inserido nos desígnios divinos sobre a criação e salvação do mundo, o trabalho torna-se oportunidade de realização pessoal e familiar, permite ao ser humano «desenvolver as próprias potencialidades e qualidades, colocando-as ao serviço da sociedade e da comunhão».
SÃO JOSÉ
A Igreja estabelece uma relação muito estreita entre São José o trabalho, a ponto de o primeiro dia de maio ser também, desde 1955, a memória litúrgica de São José Operário.
O Papa Pio XII foi quem instituiu tal memória litúrgica, associando-a ao Dia do Trabalhador, que, em quase todos os países, comemora a greve iniciada a um de maio de 1886, na cidade de Chicago (Estados Unidos da América), com o objetivo de alcançar melhores condições de trabalho, em especial a tão desejada alteração da jornada laboral (que chegava às 17 horas diárias).
O erro de o apresentar como um castigo ou maldição, à luz de uma suposta interpretação dos relatos das origens (Génesis 3, 17-19: «à custa de penoso trabalho, todos os dias da tua vida» [...]; comerás o pão com o suor do teu rosto»), impede de perceber o trabalho como uma bênção, um modo de saudável colaboração humana no dinâmico ato criador de Deus.
O Papa, a propósito do atributo de ‘pai trabalhador’ atribuído ao «carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família», no número 6 da Carta Apostólica por ocasião do 150.ª aniversário da declaração de São José como padroeiro universal da Igreja, exorta a fazer desta crise provocada pela pandemia da Covid-19 uma oportunidade para «redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho».
Inserido nos desígnios divinos sobre a criação e salvação do mundo, o trabalho torna-se oportunidade de realização pessoal e familiar, permite ao ser humano «desenvolver as próprias potencialidades e qualidades, colocando-as ao serviço da sociedade e da comunhão».
Questiona o pontífice: «Como poderemos falar da dignidade humana sem nos empenharmos para que todos, e cada um, tenham a possibilidade dum digno sustento?».
O desemprego, lembra Francisco, agrava as dificuldades, expõe a família a maiores «tensões, fraturas e até mesmo à desesperada e desesperadora tentação da dissolução».
A reflexão termina com um convite: «Peçamos a São José Operário que encontremos vias onde nos possamos comprometer até se dizer: nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho»!