Décimo Quinto Domingo, Ano B
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17 de Julho de 2021Acolher as circunstâncias da vida com responsabilidade é, ao mesmo tempo, desenvolver a capacidade de «reconcilia-se com a própria história». Essa é uma das razões pelas quais Jesus Cristo veio «ao nosso meio»: «para que cada um se reconcilie com a carne da sua história, mesmo quando não a compreende totalmente».
SÃO JOSÉ
«A vida espiritual que José nos mostra, não é um caminho que explica, mas um caminho que acolhe» (Carta Apostólica por ocasião do 150.º aniversário da declaração de São José como padroeiro universal da Igreja, 4). O sentido «mais profundo» e excelso da história da vida de cada ser humano, diz o Papa Francisco, está radicado à atitude de acolhimento.
O acolhimento implica «receber os outros, sem exclusões, tal como são, reservando uma predileção especial pelos mais frágeis», tal como nos é ensinado por Deus. Francisco ousa «imaginar ter sido do procedimento de José que Jesus tirou inspiração para a parábola do filho pródigo e do pai misericordioso (cf. Lucas 15, 11-32)».
O quarto atributo de São José, ‘pai no acolhimento’, revela a coragem e a força cheia de esperança que recebemos como dom do Espírito Santo. Trata-se, em José e em nós, de «acolher a vida como ela é, aceitando até mesmo as suas contradições, imprevistos e desilusões».
A fé, lembra o Papa, não é resignação, nem procura de atalhos ou «fáceis soluções consoladoras». Como podemos perceber pelo testemunho de José, a fé enfrenta com responsabilidade e «olhos abertos» todos os acontecimentos.
Quando nos deparamos com situações que não entendemos, quando a nossa reação se aproxima da desilusão e/ou da revolta, José ensina-os a deixar de lado os raciocínios pessoais, para acolher a sucessão das ocorrências, por mais misteriosas que possam parecer aos nossos olhos.
Acolher as circunstâncias da vida com responsabilidade é, ao mesmo tempo, desenvolver a capacidade de «reconcilia-se com a própria história». Essa é uma das razões pelas quais Jesus Cristo veio «ao nosso meio»: «para que cada um se reconcilie com a carne da sua história, mesmo quando não a compreende totalmente».
Francisco deixa-nos um alerta: «Se não nos reconciliarmos com a nossa história, não conseguiremos dar nem mais um passo, porque ficaremos sempre reféns das nossas expectativas e consequentes desilusões».
O crente é aquele que acolhe a vida como ela é, com todas as suas ambivalências, luzes e sombras, porque sabe que «Deus pode fazer brotar flores no meio das rochas».