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10 de Setembro de 2019Encontro pessoal com Jesus
17 de Setembro de 2019A palavra humana não abarca a totalidade de Deus. As nossas expressões são sempre uma tentativa de aproximação à essência divina. É sugestivo que o Credo designe como ‘Pai’ e recorre às características próprias da maternidade: a que gera, a que dá à luz, a que transporta a criança no seu seio, é a mãe, embora evidentemente o pai também intervenha na geração.
DEUS
O Pai tem um Filho, que nasce do seu seio, pois foi «gerado, não criado». A fórmula do Credo cristão que resulta dos Concílios de Niceia (ano 325) e de Constantinopla (ano 381) proclama que Jesus Cristo é o «Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: [...] gerado, não criado». E o Concílio de Toledo (ano 675) declara: «o Filho foi gerado e nasceu do seio do Pai».
A palavra humana não abarca a totalidade de Deus. As nossas expressões são sempre uma tentativa de aproximação à essência divina. É sugestivo que o Credo designe como ‘Pai’ e recorre às características próprias da maternidade: a que gera, a que dá à luz, a que transporta a criança no seu seio, é a mãe, embora evidentemente o pai também intervenha na geração.
Deus está para além das nossas distinções de tipo genital ou sexual. Uma boa analogia para entender a ‘geração’ em Deus pode ser a da inteligência humana que gera a palavra.
A Deus podem ser atribuídas qualidades masculinas como femininas. O Papa João Paulo I afirmou: «Ele é Pai, mais ainda, é Mãe». O Catecismo da Igreja Católica (número 239) lembra que a «ternura paternal de Deus também pode ser expressa pela imagem da maternidade».
No livro do profeta Isaías, por exemplo, várias vezes o amor divino surge sob a figura materna: Deus é comparado com uma mulher que não esquece o filho gerado nas entranhas (49, 14-15); consola como uma mãe (66, 13); leva o povo no próprio seio, dando-o à luz com dor, alimentando-o e consolando-o (42, 14; 46, 3-4).
Naquela que é conhecida como a parábola do filho pródigo, a reação do pai diante do filho que volta evoca as entranhas maternas: «ainda ele estava longe quando o pai o viu; comovido nas suas entranhas, correu ao seu encontro e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos» (Lucas 15, 20).
As características são mais maternas que paternas. É um pai com sentimentos e entranhas maternas. Para caracterizar o ‘Pai’ não bastam as características do pai, é preciso juntar também as perfeições da mãe.
Há um mistério último, acolhedor, fonte e princípio de tudo, que nos convida à comunhão, do qual tudo procede e para o qual tudo se encaminha: o pai e mãe celestial.