Acolhimento
26 de Junho de 2020Décimo Terceiro Domingo, Ano A
27 de Junho de 2020O matrimónio entre dois cristãos não exprime um amor diferente daquele que pode acontecer entre outros casais que se amam, ainda que sem qualquer vínculo civil ou eclesial. Trata-se de uma diferente orientação do amor. Um casal cristão celebra o seu amor como um dom transformador de Deus. Neste casal há uma novidade, um ‘terceiro’ elemento sempre atento e disposto a conduzi-los para o amor divino.
FAMÍLIA CRISTÃ
A expressão sugere um tipo de família muito específico: a união sacramental do homem e da mulher, que batizam os filhos e os educam na fé cristã. Isto é, de forma muito resumida, o que evoca a locução ‘família cristã’.
Jesus Cristo não pôs em causa a estrutura familiar, mas, isso sim, relativizou-a em função do reino de Deus. A minha mãe e os meus irmãos não são os da carne, disse em determinado momento, mas os que escutam, acolhem e põem em prática a palavra de Deus.
Os evangelhos, sem negar o que foi dito, convidam-nos a ampliar o conceito e a situar a ideia corrente de ‘família cristã’ em contexto mais amplo. O próprio Jesus Cristo viveu fora das estruturas familiares da sua época e em contraste com elas. Era célibe. Fazer parte da família de Deus não requer, portanto, a criação de famílias biológicas.
As famílias biológicas cristãs são orientadas para esse contexto e integradas na família mais ampla de Deus. Numa família cristã importa a fidelidade, a compaixão e o perdão entre os seus membros, mas como atitudes que se alargam a todos os seres humanos. A família cristã é uma escola de amor universal.
Além disso, a família cristã está relacionada com a comunidade cristã local, com a paróquia. Uma não pode prosperar sem a outra.
Um casal cristão casa-se no seio de uma comunidade para, dessa forma, fazer parte do Corpo de Cristo. Por isso, o fracasso de um casamento não é só o fracasso do casal, mas da Igreja inteira. A mesma Igreja precisa de estar preparada e disponível para acolher e compreender aquelas pessoas que, depois de uma rutura, encontraram novos caminhos e conseguiram refazer a vida.
O matrimónio entre dois cristãos não exprime um amor diferente daquele que pode acontecer entre outros casais que se amam, ainda que sem qualquer vínculo civil ou eclesial. Trata-se de uma diferente orientação do amor.
Um casal cristão celebra o seu amor como um dom transformador de Deus. Neste casal há uma novidade, um ‘terceiro’ elemento sempre atento e disposto a conduzi-los para o amor divino.
A compreensão sacramental do matrimónio sublinha a consciência da presença de Deus e a perspetiva da eternidade do amor humano.