Vigésimo Domingo, Ano A
15 de Agosto de 2020Tu és o Messias
20 de Agosto de 2020A transcendência não se realiza para cima, mas para dentro: o amor é o sacramento da presença de Deus; está presente quando agimos por amor. Com a minha vida, começo já a partilhar esse amor com os outros, com cada homem e cada mulher, que considero meus irmãos; dessa forma é antecipação da Vida, com maiúsculas, onde o amor será a única porta de entrada possível.
AMOR
Deus faz-se presente nas nossas vidas, na nossa história pessoal, como também na comunitária e eclesial. Quer que desfrutemos eternamente da sua presença, do seu infinito amor.
Santo Agostinho dizia que Deus tinha escrito dois livros: o primeiro, e mais importante, é o livro da vida, o livro da história que começou a escrever no princípio dos tempos e que continua a escrever hoje em cada um de nós; mas como fomos incapazes de ler neste livro os seus desígnios, Deus escreveu um segundo livro a partir do primeiro. Este segundo livro é a Bíblia, mas a primeira Revelação está na História, na vida, nos acontecimentos de cada dia: tanto na vida pessoal, como grupal, comunitária, social, política, etc...
Não está no ‘mais além’, nem para além das nuvens, nem para além da morte, Deus está aqui, em mim, em cada ser humano. Não é um Deus de mortos (nem de coisas mortas), mas um Deus de vivos (de gente viva).
É o Deus da vida, que se revela nos acontecimentos quotidianos, esses acontecimentos que, muitas vezes, desprezamos, porque não parecem revelar-nos o rosto de Deus.
A transcendência não se realiza para cima, mas para dentro: o amor é o sacramento da presença de Deus; está presente quando agimos por amor.
Com a minha vida, começo já a partilhar esse amor com os outros, com cada homem e cada mulher, que considero meus irmãos; dessa forma é antecipação da Vida, com maiúsculas, onde o amor será a única porta de entrada possível.
Então o que é que acontece na morte?! A nossa fé diz-nos que Deus não nos tira a vida, mas dá-nos ainda mais Vida: Vida com letra maiúscula. Ele faz de nós, definitivamente, seus filhos, isto é, participantes da sua própria vida, para sempre.
É verdade que nós choramos os nossos entes queridos porque, ao morrer, em certa medida os «perdemos». Mas a morte, para o cristão, não anula o sentido da vida; pelo contrário, permite reconhecer a fragilidade da nossa condição humana e, ao mesmo tempo, deixar-se iluminar pela fé naquele que nos criou e nos chamou à vida.
A vida eterna não começa depois da morte. Começa agora! Deixando-nos conduzir pelo Espírito de Deus, vivemos já como filhos de Deus, vivemos já a vida eterna.