Terceiro Domingo, Ano B
23 de Janeiro de 2021Todos se maravilhavam
28 de Janeiro de 2021Respeitosa e compassiva, escreve o Papa Francisco, a escuta faz «encontrar os caminhos para um crescimento genuíno, despertar o desejo do ideal cristão, o anseio de corresponder plenamente ao amor de Deus e o anelo de desenvolver o melhor de quanto Deus semeou na nossa própria vida pessoal e comunitária.
ACOMPANHAR
A arte do acompanhamento consiste, em primeiro lugar, em aprender a fazer perguntas assertivas, questões abertas que possam gerar reflexão no(s) interlocutor(es).
Sem prévias receitas, o acompanhador lança perguntas que permitam ‘desvelar’ as emoções, os pensamentos, os sentimentos, as crenças, que habitam a pessoa ou a comunidade.
Há de ser o próprio, indivíduo ou comunidade, a perceber a situação em que se encontra e a tomar a decisão de empreender a mudança de rumo e a abraçar novos horizontes.
Aprender a conjugar Igreja Sinodal com Igreja Samaritana sugere, por isso, a importância de saber acompanhar os processos de crescimento, tendo em conta o ritmo pessoal e comunitário.
É mais importante e eficaz um lento caminho de maturidade livre e responsável, do que rápidas decisões vindas de cima ou do exterior.
Francisco, na Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, lembra a necessidade de «dar tempo ao tempo, com uma paciência imensa. Como dizia o Beato Pedro Fabro: ‘O tempo é o mensageiro de Deus’» (número 169).
A partir desse documento programático deste pontificado, apontamos cinco características: escuta, prudência, compreensão, espera, docilidade ao Espírito Santo (cf. número 171).
A comunidade, que se quer sinodal e samaritana, exercita-se, antes de mais, «na arte de escutar, que é mais do que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual».
Escutar o(s) outro(s) faz-nos sair da cómoda condição de mestres ou de espectadores, ensina-nos a «descalçar as sandálias» e a desenvolver o «olhar solidário para contemplar, comover-se e parar diante do outro, tantas vezes quantas forem necessárias» (número 169).
Respeitosa e compassiva, escreve o Papa Francisco, a escuta faz «encontrar os caminhos para um crescimento genuíno, despertar o desejo do ideal cristão, o anseio de corresponder plenamente ao amor de Deus e o anelo de desenvolver o melhor de quanto Deus semeou na nossa própria vida» (número 171) pessoal e/ou comunitária.