Renovação espiritual
28 de Agosto de 2020Vigésimo Segundo Domingo, Ano A
29 de Agosto de 2020Um bom pároco ou um bom bispo precisam de ser bons líderes, mais do que chefes. Ainda que lhes falte o ‘carisma’, pelo menos precisam da lucidez de se rodearem de bons colaboradores, quem sabe venham a ser esses os melhores líderes da comunidade paroquial ou diocesana. Sustentados pela oração e o discernimento, os pastores hão de chamar para seus conselheiros leigos esclarecidos e comprometidos.
LÍDER
A liderança e a chefia são muitas vezes tomadas como sinónimos, mas na verdade existe diferenças substanciais entre uma e outra. Então, o que é que as distingue, o que é um líder?
O líder é uma pessoa capaz de influenciar os outros, pela estima e pelo valor apreciado pelos demais membros de um grupo ou organização. O chefe de um grupo pode não ser o seu líder; e pode-se ser líder sem ser o chefe.
A capacidade de liderança não resulta de uma qualquer lei ou imposição, mas nasce da autoridade moral que determinada pessoa tem sobre os restantes membros do grupo. Aliás, os melhores líderes até preferem não exercer o poder, e assim interagirem melhor com os demais.
Pensemos na história da Igreja e encontraremos pessoas respeitadas por uns e outros com capacidade para influenciar e arrastar multidões. As e os fundadores de Ordens e Congregações são alguns exemplos: Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Domingos de Gusmão, Inácio de Loiola, Teresa de Calcutá, entre muitos outros.
Um bom pároco ou um bom bispo precisam de ser bons líderes, mais do que chefes. A verdade é que nem todos têm as capacidades necessárias para a liderança, até porque, pelo menos em relação aos presbíteros, esse não é um critério essencial para a ordenação. Contudo, ainda que lhes falte o ‘carisma’, pelo menos precisam da lucidez de se rodearem de bons colaboradores, quem sabe venham a ser esses os melhores líderes da comunidade paroquial ou diocesana.
Sustentados pela oração e o discernimento, os pastores hão de chamar para seus conselheiros leigos esclarecidos e comprometidos, que saibam ‘dizer’ as razões da fé, nas circunstâncias atuais. E que também saibam dizer uma palavra adequada e perspicaz aos pastores, no momento oportuno.
Homens e mulheres esclarecidos e comprometidos não são o mesmo que pessoas intransigentes, imbuídas de clericalismo, nostálgicas do passado que já não volta, interessadas em manter as dinâmicas de poder e não de liderança. Aqueles, e não estes, são fundamentais na Igreja, tanto ou mais do que ter bons presbíteros ou bispos.