Nunca deixar de abençoar

Entre outras propostas, talvez valesse a pena encontrar formas criativas de distinguir entre sacramento e outra bênção (não sacramental). Podemos admitir que há pessoas que, de facto, não estão aptas para celebrar um sacramento. Mas a todas podemos oferecer uma bênção ou uma oração que as ajude a viver determinado acontecimento das suas vidas. O melhor seria nunca deixar de abençoar!

VALORES CRISTÃOS

A Igreja sempre esteve empenhada na evangelização das pessoas e da sociedade. Faz parte da sua vocação e missão. Ao longo dos tempos, constatamos uma transformação da cultura e da sociedade com base nas propostas e nos valores cristãos.

Hoje, percebemos um movimento contrário, pelo qual se procura ‘secularizar’ determinadas celebrações cristãs ainda importantes para alguns ambientes familiares.

A ida à igreja (edifício) é um pretexto para assinalar acontecimentos que, apesar de no passado eram imbuídos da fé cristã, agora mantêm apenas o motivo para reunir amigos e familiares.

Há quem se diga católico (por ter celebrado o batismo na Igreja Católica) para se aproximar da paróquia, no sentido de requerer a celebração de um batismo, uma primeira comunhão, um casamento, umas bodas, um funeral.

Alguns, por ainda não terem encontrado outra forma de o fazer, solicitam um ato religioso, mas na prática estão a prescindir do sentido religioso do próprio ato.

Quando se lhes indica a necessidade de participar em encontros de formação, há os que aceitam resignados, os que apresentam mil e uma desculpas, outros até recusam sob protesto.

Na realidade, trata-se de um pedido meramente social, de quem ainda, por diversas razões, se sente motivado a continuar uma tradição familiar, mesmo que do ponto de vista pessoal o vínculo à fé seja diminuto ou nulo.

Será errado acolher tais pedidos? Faz sentido manter a torcida que ainda fumega?

Uns hão de querer ‘purificar’ tais pedidos, tornando-os possíveis apenas para aquelas famílias que se identificam com a vivência cristã e as normas eclesiais, comprovadas através de uma participação regular na vida paroquial.

Entre outras propostas, talvez valesse a pena encontrar formas criativas de distinguir entre sacramento e outra bênção (não sacramental).

Podemos admitir que há pessoas que, de facto, não estão aptas para celebrar um sacramento. Mas a todas podemos oferecer uma bênção ou uma oração que as ajude a viver determinado acontecimento das suas vidas. O melhor seria nunca deixar de abençoar!