Amor que supera a justiça
8 de Maio de 2021Partilhar testemunhos
15 de Maio de 2021O Deus bíblico possui um nome próprio com o qual pode ser invocado, com quem podemos estabelecer uma relação pessoal de amizade. Não se trata, no caso de Jesus Cristo, de nos dar a conhecer uma nova palavra para nomear Deus. Trata-se de novo modo de presença entre nós.
DEUS
Jesus Cristo, no evangelho segundo João, afirma que veio para nos dar a conhecer o nome de Deus (capítulo 17, versículo 26): «Dei-lhes a conhecer o teu nome e dá-lo-ei a conhecer, para que o amor com que me amaste esteja neles, e também Eu neles esteja». O que é que significa dar-nos a conhecer o nome de Deus?
O nome, para os semitas, indica uma identidade e uma missão. O nome significa a pessoa, porque a identifica; deste modo, a invocação do nome é tornar a própria pessoa presente.
Tal importância explica a alteração do nome da pessoa escolhida para uma nova missão: Abrão converte-se em Abraão, ao receber a missão de ser o pai de muitos povos (Génesis 17, 5); Jacob passa a ser nomeado Israel, por ter lutado com Deus (Génesis 32, 29); A Simão é confiada uma nova missão e nome novo: «Tu és Pedro» (Mateus 16, 18).
Deus revela o seu nome, a fim de podermos estabelecer com ele uma relação pessoal. Não é anónimo, muito menos uma referência abstrata que remete para uma entidade superior.
O Deus bíblico possui um nome próprio com o qual pode ser invocado, com quem podemos estabelecer uma relação pessoal de amizade: «para que o amor com que me amaste esteja neles, e também Eu neles esteja».
Não se trata, no caso de Jesus Cristo, de nos dar a conhecer uma nova palavra para nomear Deus. Trata-se de novo modo de presença entre nós. Em Jesus Cristo, Deus entra, de modo definitivo, na nossa humanidade (cf. João 14, 9).
Em primeiro lugar, é Deus quem nos chama a cada um pelo próprio nome, como o fez com todos os eleitos, conforme testemunha a história bíblica. Um exemplo, no profeta Isaías (capítulo 43, versículo 1): «Nada temas, porque Eu te resgatei, e te chamei pelo teu nome».
Cada um de nós é chamado a estabelecer uma relação pessoal e íntima com Deus. Não uma relação genérica, mas com o Deus revelado em Jesus Cristo, esse Deus que se fez presente ao longo da história bíblica, tantas vezes referido como o «Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob».
O nome de Deus, para o cristão, é essa presença real, não é uma palavra, uma formulação teórica, mas a invocação concreta daquele que ama e pode ser amado por mim.