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22 de Maio de 2020Ascensão, Ano A
23 de Maio de 2020Quando é que Jesus Cristo sobe aos Céus, quando é que entra na vida em Deus para sempre e nunca mais morrer? No dia da ressurreição. A partir de Deus (ou dos Céus, significa o mesmo) assegura a perene efusão do Espírito, que ele entregou na crucifixão: ao morrer, diz o evangelho segundo João, entregou o seu espírito. Ao morrer, o que é que aconteceu? Isso mesmo, Deus acolheu-o para sempre no seu seio.
ASCENSÃO
A Páscoa, chave e centro da fé, ponto de partida cronológico e teológico da vida cristã, é um acontecimento único, de uma riqueza tal que é impossível descrevê-lo só com uma imagem. Mas para o entendermos melhor, queremos evocá-lo por etapas. É o caso da Ascensão.
Celebramos o mistério pascal durante cinquenta dias e continua(re)mos a festejar a Páscoa em cada domingo. Dito de outra maneira: Sexta-feira Santa, Páscoa, Ascensão, Pentecostes, são a mesma realidade. Podemos falar de quatro momentos, ou melhor, quatro perspetivas distintas do mesmo e único acontecimento.
Quando é que Jesus Cristo sobe aos Céus, quando é que entra na vida em Deus para sempre e nunca mais morrer? No dia da ressurreição.
A partir de Deus (ou dos Céus, significa o mesmo) assegura a perene efusão do Espírito, que ele entregou na crucifixão: ao morrer, diz o evangelho segundo João, entregou o seu espírito. Ao morrer, o que é que aconteceu? Isso mesmo, Deus acolheu-o para sempre no seu seio.
A unidade entre ressurreição e exaltação, referida em quase todos os escritos do Novo Testamento, parece ser rompida no início do livro dos Atos dos Apóstolos: entre a ressurreição e a ascensão refere um tempo (simbólico) de quarenta dias.
A indicação do livro dos Atos dos Apóstolos foi a que mais influenciou o contexto da solenidade da Ascensão. Mas isso não pode anular o sentido teológico: o ser de Jesus Cristo em Deus e o novo modo de estar connosco a partir de Deus.
Importa também ter presente que, quando utilizamos termos como «subiu aos Céus» ou «está sentado à direita do Pai» estamos a empregar metáforas que ajudam a dar conteúdo à nossa fé. A fé precisa da razão, a fé quer compreender, precisamente porque se refere a realidades decisivas nas quais está em jogo a vida humana.
A metáfora não é uma coisa falsa. É uma comparação entre duas realidades: uma desconhecida ou difícil de expressar e outra mais acessível e fácil de entender, para ajudar a ter uma ideia aproximada da primeira, a partir da segunda.
O que se pretende dizer é que Jesus Cristo é igual ao Pai, que com a ascensão alcançou o maior de todos os bens, que é a vida em Deus. Jesus Cristo abre-nos o caminho e mostra-nos a meta.