Partir de dentro
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14 de Setembro de 2019A importância está precisamente em conjugar, na forma ativa, o presente e o futuro. Convocados, quando se lhes dá a possibilidade de colocarem as mãos e os pés no ‘aqui e agora’, os jovens são «promessa de vida», mostram que é possível o sonho de uma ‘renovação inadiável’. Urge convocá-los para traçar no presente essa promessa cheia de esperança.
PRESENTE
O futuro e a esperança do mundo são certamente os jovens. Há quem, em demasia, insista na juventude como promessa, como se lhe negasse a possibilidade de viver e tomar parte ativa na construção do quotidiano. Os jovens fazem parte da história, dizem-se e expressam-se no ‘aqui e agora’ de cada presente.
Todos, jovens e adultos, precisamos de esperança, essa virtude que projeta na busca do bem e da felicidade. A vida ganha sentido quando há razões para esperar, mas os jovens, como nós, também precisam de razões para viver o presente.
O Papa Francisco tem sido um forte aliado em defesa dos jovens como atores deste nosso ‘aqui e agora’: «Vós sois o presente! Não sois o futuro de Deus; vós, jovens, sois o agora de Deus» (Jornada Mundial da Juventude, 27 de janeiro de 2019).
Os jovens são «o que pode haver de mais importante». Disse-o Francisco (a 5 de setembro), na viagem apostólica a Moçambique, perante uma assembleia inter-religiosa: «Vós sois importantes! Precisais de o saber, precisais de acreditar nisto: vós sois importantes!».
A importância está precisamente em conjugar, na forma ativa, o presente e o futuro. Convocados, quando se lhes dá a possibilidade de colocarem as mãos e os pés no ‘aqui e agora’, os jovens são «promessa de vida», mostram que é possível o sonho de uma ‘renovação inadiável’. Urge convocá-los para traçar no presente essa promessa cheia de esperança.
Neste processo, jovens e adultos, precisamos de ter em conta o duplo alerta sobre «duas atitudes que matam os sonhos e a esperança»: a resignação e a ansiedade. O Papa referiu-o de novo em Moçambique, apoiado na Exortação Apostólica aos jovens e a todo o povo de Deus (cf. Cristo Vive, números 139 a 143).
A resignação e a ansiedade são duas grandes inimigas da renovação espiritual e pastoral. Elas indicam o caminho errado, uma estrada cuja portagem «é muita cara». Uma e outra levam à rendição, por um lado, «quando tudo parece estar parado e estagnante», por outro, «quando os resultados não são imediatos».
É salutar o diálogo com os jovens sobre o amanhã, mas importa, sobretudo, que sejam chamados a ter parte ativa na renovação do presente.